sexta-feira, 14 de outubro de 2011

14/10 - Beatos Luís, Francisco e Domingos Mihaki

Mártires japoneses da Terceira Ordem (+ 1628).
Beatificados por Pio IX no dia 7 de julho de 1867.


Luis Mihaki, contrariando as leis impostas pelo governo japonês, ajudava e dava fraterna e cordial hospitalidade em sua casa a diversos missionários. Foi descoberto e preso junto com seus filhos Francisco, de 5 anos, e Domingos, de 2, e enviados ao cárcere de Omura, onde se encontrou com muitos missionários e cristãos a quem havia dado refúgio.

Depois de um mês de dura prisão, por ordem do governador Cowakindono, foi conduzido a Nagasaki onde, junto com seus filhos foi decapitado no dia 8 de setembro de 1628 na Colina Santa, em frente a muitos pagãos e cristãos que admiraram o valor e a firmeza na fé deste heroico pai de família que, como Abrahão, imolou sobre o altar do Senhor os seus filhos inocentes.
Fonte: "Santos Franciscanos para cada dia", da OFM

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mãe, Senhora e Rainha do povo brasileiro

Cubra-me com teu manto de amor, guarda-me na paz deste olhar...

E novamente está vermelho no calendário brasileiro, e não é simplesmente um feriado, é dia santo, dia de celebrar a festa da Mãe Aparecida.
Muitos pegaram ônibus, carro, outros fizeram o caminho a pé, estes foram de corpo e alma até a basílica de Nossa Senhora Aparecida, para lá render louvores a Deus por graças alcançadas e agradecer a Virgem Maria pela fiel e maternal intercessão.
Mas no Brasil inteiro todos os católicos voltam seu olhar para a Rainha Brasileira, e procuram as Igrejas, principalmente as que são dedicadas a Nossa Senhora Aparecida, para prestar-lhe homenagem.

Ao celebrar a festa de nossa mãe brasileira, rememoramos as infinitas graças que já concedeu aos brasileiros, desde os humildes pescadores que a encontraram, até muitos que hoje lhe devotam merecidos agradecimentos. A Senhora Negra do Rio Paraíba adotando para si, não só a cor da pele, mas também o sofrimento do povo brasileiro, acompanha-os neste calvário, como acompanhou o Cristo até a cruz.
De várias formas é sempre invocada pelo povo brasileiro, algumas bem conhecidas, outras bem íntimas, coisa de filho e mãe mesmo, e com o olhar manso e terno abençoa a cada um, a cada brasileiro, cada brasileira, é mãe de todos, mãe dos filhos, mãe das mães... Mãe, a quem as mães confiam seus filhos!

Durante toda a história da Igreja, a figura materna de Maria sempre foi muito importante, mesmo que por vezes não se tenha notado, mas o exemplo que deu, e a força que teve sempre motivaram a Igreja a caminhar. Francisco tinha particular devoção a Virgem Maria, e foi a partir dele que se difundiu uma vez mais a devoção a sempre Virgem Santíssima no seio da Igreja Católica.
Este consagrou a Maria toda a família dos menores. Aquela que deu a luz ao Cristo é louvada e honrada pelo santo de Assis, e continuamente por toda a família franciscana espalhada pelo claustro do mundo inteiro.
Nós que estamos aqui em Terra de Santa Cruz, cobertos pelo azul do céu e do manto da Virgem Mãe, somos chamados a proclamar a graça do Cristo, que nasce pequenino na pequena Belém, e montado em um jumento entra glorioso em Jerusalém. Lá ele morre, mas também ressuscita. E como já disse padre Roque Scheneider. "Cristo, divino engenheiro (eu diria arquiteto hehehehe), foi um trabalhador profundo, com três pregos e um madeiro fez a reforma do mundo." Maria, além de testemunha ocular de tudo isso, foi testemunha fiel dessa mensagem. Sigamos seu exemplo, digamos nosso sim, assumamos nossa missão na construção do reino de Deus, na certeza de que Ela estará conosco.
Que a Mãe Aparecida neste dia, abençoe todas as crianças, e que não só de balas e doces mas de fé, todos estes hoje sejam saciados; e que, como aquelas crianças de que falam o evangelho, estas também queiram se aproximar de Jesus.
Que a Virgem feito Igreja, Palácio e Tabernáculo do Senhor nos abençoe hoje e sempre. Amém

Mateus Agostini Garcia
Secretário Fraterno Local
Fraternidade JUFRA frei Leão

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Jufra entrevista

O blog da fraternidade Frei Leão têm o prazer de publicar a entrevista concedida ao mesmo pelo irmão Élson (JUFRA), subsecretário nacional de DHJUPIC (Direitos Humanos, Paz e Integridade da Criação), a começar por uma pequena apresentação de sua caminhada no seguimento de São Francisco.


Emanuelson Matias de Lima (Elson), 22 anos, estudante de História na UEPB, auxiliar de escritório no Centro de Direitos Humanos Dom Oscar Romero (CEDHOR), moro no Bairro Alto das Populares, em Santa Rita-PB. Participei da mini-JUFRA na década de 90, entrei na JUFRA em 2002, e fiz o Encontro Inicial da FBJ em 2005, pretendo nos próximos anos ingressar na OFS e realizar a profissão definitiva.



Blog Frei Leão: Partindo do pressuposto que essa subsecretaria é ocupada por indicação do secretario fraterno nacional, na sua opinião, por que você foi indicado? Qual o seu trabalho em DHJUPIC antes de assumir essa atividade no Nacional?

ELSON: “Acredito que pela confiança em assumir a responsabilidade de articular esta subsecretaria e a necessidade de empenho dos jufristas neste serviço primordial dos franciscanos. Participo de Comunidades Eclesiais de Base desde a infância, onde conheci a JUFRA, e junto com as Comunidades da Paróquia me engajei em movimentos sociais, como o Grito dos/as Excluídos/as, desde 2002, o Grupo de Teatro Fé e Vida de 2003 a 2005, a articulação das Assembléias Populares, de 2005 a 2010, o acompanhamento formativo social e pastoral a acampamentos Sem Terra, de 2006 a 2009, e no Centro de Direitos Humanos ‘Dom Oscar Romero’, desde 2008. Participei de Conferências de Políticas Públicas, Fóruns Sociais, manifestações públicas, marchas e celebrações comunitárias.”


Blog Frei Leão: Qual a importância do desenvolvimento desta função no seio da família franciscana e, em especial, na JUFRA?

ELSON: “É preciso lembrar que antes de assumirmos a identidade específica de “franciscanos/as”, somos cristãos/ãs e seres humanos, portanto, se faz necessário levar em conta a ideia de “dignidade humana”. A ideia de Dignidade nos leva ao compromisso com os direitos da pessoa humana, nos interpelando para as lutas do povo. Sendo assim, mesmo se não tivéssemos a fé, mesmo se não fossemos cristãos/ãs e franciscanos/as, por simples questão de humanidade já nos levaria ao engajamento nestas questões. O Evangelho, porém, vem reforçar este chamado ao compromisso com a causa dos pobres, com as causas da Vida, que são as causas do Reino de Deus. Não é admissível se pensar um franciscano/a que não esteja engajado nas lutas de Justiça e Paz.”


Blog Frei Leão: Quais são as dificuldades de desenvolver este serviço a nível nacional?

ELSON: “A primeira dificuldade foi a falta de conhecimento de muitos irmãos e irmãs da importância e necessidade deste serviço de DHJUPIC, o que levava a muitas Fraternidades Regionais e Locais a “escantear” esta função de seus Secretariados Fraternos. A outra dificuldade foi criar um senso de trabalho coletivo nacional, enquanto JUFRA do Brasil, e não como subsecretário apenas. E uma terceira é a diversidade imensa das regiões do Brasil, o que na essência não é ruim, porém se faz necessário levar em conta as diferenças culturais e dos problemas sociais de cada região.”


Blog Frei Leão: Qual sua maior alegria neste serviço? E, se já houve, qual sua tristeza em relação ao mesmo?

ELSON: ”Uma das alegrias é ter conseguindo, em um ano, motivar muitas Fraternidades Regionais e Locais para a escolha de subsecretários/as específicos/as de DHJUPIC. Hoje quase todos os Regionais já possuem esta função, e os que não têm ainda, contamos com jufristas de referência. Outra alegria, e essa é muito grande, é a presença de jufristas em várias atividades sociais, em espaços de articulação e representatividade, como o Grito dos/as Excluídos/as, os lançamentos dos Relatórios de Direitos Humanos no Brasil, as manifestações em Brasília (contra a corrupção, contra a usina de Belo Monte, em defesa dos Povos Indígenas), além da rearticulação do SINFRAJUPE (Serviço Inter-Franciscano de Justiça, Paz e Ecologia), onde atualmente integram os a Equipe Executiva Nacional. Tristezas? Não me lembro.”


Blog Frei Leão: Que avaliação você fez da 1ª Jornada Franciscana dos Direitos Humanos?

ELSON: “Minha avaliação é super positiva, pois conseguimos em pouco tempo e com articulação ainda frágil, realizar várias atividades pelo Brasil, e sensibilizar grupos e comunidades para o compromisso com os Direitos Humanos. Na 1ª Jornada abordarmos o tema “Por uma Economia a serviço da Vida”, e o lema “Nada de vós retenhais para vós mesmos!”, refletindo a nossa capacidade humana de ajudar o nosso próximo a assumir-se como gente. Conseguimos ainda uma boa repercussão na imprensa, com matéria especial no Jornal da TV Canção Nova, matéria no Jornal impresso da Arquidiocese de São Paulo, e nos sites da CNBB, do Setor Juventude-CNBB e da Rádio Vaticana.”


Blog Frei Leão: Qual a sua mensagem aos jovens o se aproximar às comemorações dos 40 anos das JUFRA do Brasil e o lançamento da II Jornada Franciscana dos Direitos Humanos?

ELSON: “Irmãos e Irmãs, o mundo espera de nós uma resposta. Jesus e Francisco nos interpela à missão pela Vida! Precisamos nos movimentar, nos mexer, acordar o povo para seus direitos, para a luta. É preciso encarar de cheio a nossa meta de construir o Reino nos caminhos da História.”



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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"5"


“Pegai um cadáver exânime. Ponde-o onde quiserdes. Vereis que não se incomodará de ser movimentado, não se queixará do lugar, nem reclamará por o terem largado.
Se for colocado numa cátedra, vai olhar para baixo, não para cima. Se for vestido de púrpura, vai ficar duas vezes mais pálido.
Esse é o verdadeiro obediente.” (2Celano 152, 3-6)

Não escrevo estas linhas por ser um 'expert' no significado do termo "obediência"; tampouco por ser um exemplo de vivência da mesma. Reconheço antes, a minha grande dificuldade de compreendê-la e torná-la parte da minha vida. Talvez por isso, empreenda o estudo deste aspecto tão importante do carisma franciscano, de modo a entender onde está a real dificuldade da vivência da obediência.

Certa vez, um frade pediu a Francisco um modelo de vivência da obediência, e ele emprega para tal, o exemplo do morto que está sujeito a tudo, menos a sua própria vontade. Não que a obediência se compare a um estágio de morte em vida, ou algo parecido. Muito pelo contrário. Obediência e vida são termos que se conjugam lado a lado no carisma franciscano, ainda que se perceba que a vivência em obediência requeira uma certa abnegação, morte do "eu mesmo", ou melhor, "mortificação de uma egoístico vontade própria" para um "viver para o coletivo" ou "viver fraterno.”

Francisco é exemplo da perfeita obediência!

É obediente quando em Espoleto, através de um sonho, o Senhor pede que ele retorne a Assis de modo a lhe revelar o que deveria fazer em seguida. Qual a reação do poverello? Ele não questiona esta ordem e, imediatamente, abandona o caminho da guerra e retorna à terra natal, como lhe recomendara o Senhor.

Mais tarde, se encontra com o Crucificado em São Damião, e o mesmo lhe ordena "Vai e reconstrói minha Igreja". Francisco tem dificuldade para entender tal imperatividade colocada pelo Cristo, mas sem pestanejar, inicia a reconstrução de três igrejinhas, até entender qual a verdadeira Igreja ele deveria reconstruir, segundo as instruções do Senhor.


Anos depois, Francisco abre mão das funções de ministro-geral da Ordem, e para não se distanciar de seus princípios, pede que lhe seja indicado um Guardião. Aquele que, inspirado pelo Espírito, fundou uma nova Ordem no seio da Igreja, inspirou inúmeros homens e os dirigiu pela caridade e espírito fraterno, agora pede que ele próprio seja submetido às ordens de um outro frade, de modo a se distanciar das vaidades e exaltar a obediência.

Outra menção à obediência se encontra no verso:

“Ó senhora, santa caridade, o Senhor te guarde por tua santa irmã, a santa obediência!”

Segundo Francisco, a obediência é irmã da caridade, e não é possível alcançar a plena vivência da primeira sem a perfeição da segunda. Só aquele que pratica a caridade, alcança a plenitude da obediência.

Peçamos a Deus que, inspirados pelo exemplo de Francisco, possamos interiorizar o principio da santa obediência, de forma que um dia possamos gritar com nossa vida o lema que serviu de modelo ao Seráfico Pai: "Que seja feita a tua vontade, e não a minha!" (Jesus, o Cristo)




Assim seja, Amém!

Wendell F. Blois
Subsecretário de formação

(Dedico essas linhas a todos aqueles que, lendo este texto, venham a se identificar com minha dificuldade em me configurar segundo a obediência proposta por São Francisco, mas mesmo assim, insistem em seguir seus passos.)