sexta-feira, 4 de novembro de 2011

"Pensamentos soltos em palavras: para que vocês possam entender o que eu também não entendo" (2)


Não quero ficar falando e escrevendo sobre ... Não sinto obrigação de me afirmar, de mostrar que domino o assunto, de levantar bandeira de nada. Quero dizer algo, sem ter que escrever, virar manchete ou modo de vida. Quero levar São Francisco no coração, suas lições no dia-a-dia, suas palavras na minha alma! Me preocupo mais em pensar em como vou sair do comodismo religioso em que me coloquei, ao invés de escrever sobre o que na minha vida ainda não é prática. Não tenho vontade que as pessoas saibam quem eu sou. De que lhes seria útil? Até porque, não sou o tipo de pessoa que informa aos outros que sou franciscana. Não coloco no 'face' que sou da Jufra (nada contra quem coloca!), não me sentiria bem! Fica parecendo que é uma vantagem ser franciscana ou ser da 'renô', ser vicentino. As vezes tenho a impressão que ser franciscano tem a ver com tudo, menos com São Francisco. São Francisco não se sentia vaidoso por ter um bando de gente o seguindo. Duvido que ele daria uma de "boca nervosa", informando sobre o que fez pela internet: "Paz e bem! Hoje estarei em um congresso em Aparecida."
Ele não precisou mostrar quem ele era, porque quando nós sabemos quem somos, não nos preocupamos em mostrar aos outros, e sim, a Deus. Pois só através Dele que somos bons e dignos. Não é mérito nosso não! Como já disse um 'padre famoso':"Ninguém será um outro Francisco"! O desafio é, que no mundo de hoje, consigamos servir a Deus como ele fez, sem perder nossa identidade.

Jeniffer Aline Oliveira de Souza (Jeninha)

Arte e reflexão (PARTE 4)

A caricatura de hoje, de frei Reynaldo Ungaretti, OFM, ganha ilustração da boca do próprio Francisco de Assis. Confira!


"Chegando perto de Bevagna, encontrou uma multidão enorme de pássaros de todas as espécies, como pombas, gralhas e outras que vulgarmente chamam de corvos.
Quando os viu, o servo de Deus, Francisco, que era homem de grande fervor e tinha um afeto muito grande mesmo pelas criaturas[...], correu alegremente para eles, deixando os companheiros no caminho.
Aproximou-se e vendo que o esperavam sem medo, cumprimentou-os como era seu costume.
Mas ficou muito admirado porque as aves não fugiram como fazem sempre e, cheio de alegria, pediu humildemente que ouvissem a palavra de Deus.
Entre muitas outras coisas, disse-lhes o seguinte: Passarinhos, meus irmãos, vocês devem sempre louvar o seu Criador e amá-lo, porque lhes deu penas para vestir, asas para voar e tudo de que vocês precisam.
Deus lhes deu um bom lugar entre as suas criaturas e lhes permitiu morar na limpidez do ar, pois embora vocês não semeiem nem colham, não precisam se preocupar porque Ele protege e guarda vocês”.
(1Celano 58,2-7)

Até mesmo o "irmão urubu"!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cores de Manjedoura


Não houve uma melhor data para se comemorar o nascimento de Cristo. Ninguém sabe ao certo o dia exato em que nasceu o Salvador da humanidade, mas convencionou-se o dia 25 de dezembro, dia em que os pagãos celebravam o nascimento do sol. E para os cristãos o nascimento de Cristo também é o nascimento do sol, que traz em si todas as cores.
Quando em Belém nasceu Jesus, o sol se ofuscou diante de tanto brilho, e durante a noite não houve trevas. O brilho partia de um lugar simples, junto de alguns animais, na pequenina Belém. Já pequenino o menino iluminava muito, refletia luzes que davam brilho a vida e ao rosto das pessoas. Cores que enobreciam o lugar e os lugares por onde passava, e levavam alegria aos que se achegavam. Não houve nascimento mais luminoso e festivo que aquele. Não tinha o brilho do ouro, nem da prata, não tinha roupas finas, nem ornamentos rebuscados, não tinha nada, possuía apenas aquele brilho que fulgurava com o nascimento do sol.
Imaginem a vida sem o sol!

Como canta o salmo: “O vigia espera o sol, eu espero meu Senhor!” Todos antes de Cristo viveram a esperança deste novo sol, e eis que ele veio, mergulhado na pobreza, para iluminá-la.

Mais ou menos 1200 anos depois...
Nasceu em Assis, Itália um menino chamado João, que depois passou a se chamar Francisco, como determinara o pai, para homenagear a França.

Francisco nasce, não com o mesmo brilho e graça do Cristo, mas quando se rompe para Deus, traz em si as cores que se via na manjedoura. Francisco, como já foi dito, foi como uma bomba na idade média, que não veio devastar nada, mas simplesmente iluminar. Trouxe consigo o brilho de Cristo menino de Belém. Espalhou pelo mundo a alegria destas cores, pela mensagem de sua própria vida que ecoou pelos cantos da Terra. No hábito marrom se podiam enxergar variadas cores nos irmãos que corriam, cantavam, louvavam a Deus na vida e na criação. Francisco, morador de Assis, veio para lembrar ao mundo e a Igreja quais eram as verdadeiras cores que se viam na manjedoura de Belém, e que eram delas que deveríamos nos revestir e também nossas Igrejas.
E finalmente a pergunta: que cores são essas?

Cores da paz ilimitada, da esperança eterna, no amor incondicional, da bondade desmedida, da justiça implacável, mas de misericórdia incomensurável, da liberdade universal, da alegria simples, da fé absoluta, da razão conciliadora...
Estas são algumas cores, só nos falta colorir o mundo com elas!


Para ler o texto que deu origem à esta série, acesse este link:
http://jufraleao.blogspot.com/2011/10/4-de-outubro.html

Para ler a primeira parte da série, acesse este link:
http://jufraleao.blogspot.com/2011/10/uma-bomba-atomica-em-plena-idade-media.html

Arte e reflexão (PARTE 3)

Para ilustrar a caricatura de hoje, não utilizaremos um texto reflexivo. Mas sim, uma piadinha muito comum entre os irmãos da família franciscana.(É claro que uma piada escrita não tem tanta graça quanto as contadas pela boca dos frades e freiras, mas mesmo assim vamos publicá-la!)

Se você vai conhecer um convento agostiniano, a primeira coisa que eles lhe apresentam é sua grande biblioteca, cheia de títulos clássicos e raros.

Se você vai conhecer uma casa salesiana, a prioridade dos religiosos é a apresentação de seus trabalhos na área de educação e suas escolas.

Se você vai conhecer um mosteiro beneditino, os monges se apressam para lhe mostrar suas capelas e lugares nos quais dedicam e desenvolvem suas orações.

E quando você vai a um convento ou casa franciscana?
A primeira 'coisa' que lhe será apresentada é a cozinha, e nela uma mesa com um belo cafezinho e bolachas!
Talvez por isso que eu goste tanto de ser franciscano!

Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Arte e reflexão (PARTE 2)

Na coluna de hoje, recortamos um trecho do texto "Abrace o Cristo Pobre - A Espiritualidade de Santa Clara de Assis" de Frei José Carlos Pedroso, OFMCap, para ilustrar a caricatura de Frei Reynaldo Ungaretti.



"Em nossos dias, estamos encontrando sérias críticas à clausura das clarissas, mesmo por parte de franciscanos e franciscanas. Há quem diga que esse tipo de vida não tem mais sentido e também quem o atribua ao machismo da Igreja, que sempre teria demonstrado desconfiança em relação às mulheres religiosas. Muita gente diz que Santa Clara ficou na clausura por imposição, uma vez que no tempo dela não se entendia outro tipo de vida religiosa para as mulheres.
É certo que se podem citar alguns fatos históricos para corroborar algumas dessas afirmações, mas há muito preconceito. Não é possível fazer generalizações."

Gostou?

Confira o texto na íntegra: http://www.franciscanos.org.br/v3/carisma/especiais/2009/livropedroso/34a.php

terça-feira, 1 de novembro de 2011

"8"

"Não fiquem com vergonha porque, depois do pecado, tudo que temos nos é dado como esmola, e o grande Esmoler dá com clemente piedade aos dignos e aos indignos." (2Celano 77,6)


Muitas são as possibilidades de interpretação e reflexão dessa afirmação de Francisco de Assis.
O Seráfico Pai dirige essa palavras aos cavaleiros do seu tempo que, com piedade dos mendicantes que não tinham conseguido sequer migalhas de pão para seu sustento naquele dia, saíram em busca de alimento para os servir. Para surpresa de todos, os cavaleiros voltam ao grupo sem terem conseguido comprar mantimentos, uma vez que o dinheiro que possuíam era pouco. Ele tentam recorrer às esmolas dos frades, de modo a juntar sua soma à deles e assim voltar ao mercado local. E como vimos na frase em destaque, Francisco os exorta a confiarem mais em Deus e sua Providência, do que no vil metal.

Penso que vivemos situações parecidas a esta até hoje!
Quantas vezes durante nossa caminhada no segmento de Cristo, pela estrada trilhada por Francisco, nós esquecemos da Providência Divina e nos deixamos levar tão somente pelas nossa características cavaleirescas? E que características são essas, com as quais nos revestimos?
O elmo da discórdia.
A armadura da vaidade.
A capa da mentira.
A espada da medo.
E o que nos serve de transporte? Muitas vezes a falta de fé!

Retornemos à admoestação de Francisco.
Ele aponta com maestria a situação dos homens do seu tempo, e nosso nosso também: a de pecadores em condição de 'esmolantes'!
Mas Deus, como grande Esmoler, mas sobretudo como Pai não faz distinção de nossas falhas e atende, a seu modo, nossos anseios e necessidades.
E o grande presente que o Esmoler nos deu é nada mais do que nossa vida!
Finita? Sim!
Mas é através dela que Deus se manifesta constantemente, para que possamos conhecê-Lo melhor e entender que o a melhor recompensa, a principal esmola, nos aguarda: a vida eterna.

Peçamos que, por intercessão de São Francisco de Assis, o grande Esmoler ajude-nos a nos desnudar de nossas características cavaleirescas e descobrir nossa condição enquanto 'esmolantes'. De modo que, vivendo com alegria e humildade a ' vida que passa, sejamos dignos daquela que não passa'.

Assim seja, amém!

Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação

Arte e reflexão

O blog da fraternidade Frei Leão lança hoje uma série de pequenas e simples reflexões diárias. Geralmente os colaboradores deste blog utilizam como inspiração, pequenos trechos das fontes franciscanas, passagens bíblicas, entre outros.Pois bem, a coluna "Arte e reflexão" têm como inspiração em sua primeira temporada, caricaturas de Frei Reynaldo Ungaretti. Segue abaixo, além de uma pequena explicação do trabalho desse frade, a primeira caricatura seguida de sua devida reflexão.

Quem foi frei Reynaldo?
Como um dos pioneiros na criação do PVF( Pró-Vocações Franciscana, trabalho realizado pela Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil), Frei Reynaldo Ungaretti deixou uma bela coleção de seu 'Frei Angelino', caricatura alegre de um fradezinho trapalhão, mas que sempre sabe tirar uma mensagem de vida, de alegria e otimismo quando fala das coisas mais simples.
Frei Reynaldo esteve a frente do PVF nos anos de 87 e 92. Ele faleceu no dia 13 de junho de 1996.


A importante revista norte-americana “Times” quis saber de seus leitores qual a personalidade mais importante do segundo milênio da era cristã. E os leitores tiveram a dificil tarefa de passar em revista o elenco dos milhares de gênios, heróis, santos, sábios, artistas, papas, governantes ao longo desses mil anos.
Em 10º lugar figurou o cientista da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, precedido por Wolfgang Amadeus Mozart, que encheu o milênio com divinas harmonias. Num honroso 8º lugar aparece Thomas Jefferson, o herói da independência dos Estados Unidos, sendo superado pelo imortal dramaturgo inglês William Shakespeare. O cientista Galileu Galilei, que surpreendeu a comunidade científica ao provar que era a Terra que girava ao redor do Sol e não o contrário, obteve colocação melhor que Martinho Lutero, o monge alemão, que dividiu para sempre a Cristandade. A disputa é cada vez mais difícil e Miguelângelo Buonarroti - autor da Pietá e Moisés - foi eleito como a 4ª personalidade do milênio que termina. Cristóvão Colombo, o descobridor do Novo Mundo, ficou em 3º lugar. A segunda colocação foi dada ao alemão João Guttenberg, o inventor da imprensa. E, surpreendentemente, em 1º lugar, como a personalidade mais importante desses mil anos, o meigo, humilde, santo e genial Francisco de Assis.
Talvez por isso, até mesmo os alienígenas queiram conhecer este 'pequenino' homem!

Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação

domingo, 30 de outubro de 2011

Making-of da Jufra em Aparecida

Você que está ligado em nosso Facebook já conferiu as fotos da viagem a Aparecida e do CIOFS que também aconteceu lá. Se ainda não clique aqui.


Além das fotos nossa fraternidade montou um "making-of" da viagem, onde tudo é relatado, sem edição alguma.
É nesse momento que devemos pedir desculpas tanto aos irmãos que participaram das gravações pelos excessos e a você que irá assistir. Queríamos que você sentisse, ao ver o vídeo, a sensação mais próxima da realidade, onde todos brincam em situações que pede seriedade, onde não existe regras porque as quebramos, onde palavrões, mau humores, tristezas, desânimos... não são retiradas para mostrar apenas o lado bom. Enfim, veja o vídeo da realidade e não da enganação porque de hipocrisia já estamos cheios.



O vídeo ficou muito longo, 1h31min. Demorou muito o upload no Canal da Jufra no Youtube. Por isso só hoje é que postamos no blog. Esperamos que goste. Paz e bem.