terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"12"

"Que mastigue esterco essa língua que soltou veneno da ira em cima do meu irmão." (2Celano 155,6)

Já a algumas semanas venho destacando trechos da biografia de São Francisco, escrita por Tomás de Celano que, para aqueles que pensam que a vida de nosso Serafico Pai se resume a seu carinho pelos animais e seu zelo pela paz, deve ter causado algum escândalo algumas de suas recomendações mais duras aqui comentadas.
E, principalmente, as admoestações acerca do modo de vida e a humildade de seus frades. Assim também é o excerto de hoje!
Francisco se preocupa com o crescimento de sua familia espiritual. O Espirito Santo chama e acalenta muitos homens e mulheres a se inspirarem no assissiense, aproximando-se da divindade enquanto seres imperfeitos. As obras feitas e o testemunho dado pelos primeiros irmãos apontam um lastro que não poderia ser outro: o divino!
Mas com o rápido crescimento do "movimento de Assis, a humanização se difundiu por toda a ordem, com todos os seus aspectos positivos e negativos, ainda que ela ainda estivesse intimamente instruida pelo Espirito. Nesse sentido, algumas caracteristicas irritam em demasia a Francisco, destacando principalmente, os frades que por algum motivo discutiam ou axincalhavam outros irmãos. Via nesses frades um potencial muito grande para difamar a obra que Deus operada em toda a Ordem, por meio de palavras vãs.
Como mudar essa situação? Como admoestá-los de modo a livrar seus irmãos da impureza e do pecado?
Francisco foi um santo que sempre se inpirou nas sagradas escrituras. Penso que nesse caso poderia ter se inspirado no Serafim que, para purificar os lábios do profeta Isaias de toda maledicência, impôs sobre seus lábios um pedaço de brasa ardente (cf.Is. 6,6-7). Talvez esse exemplo fosse duro demais para os frades, e se o ensinamento a ser dado remetia-se à humildade, nada seria tão objetivo e concreto do que impor ao frade 'infrator' uma porção de esterco para que fosse mastigado.
Como já vimos, a formação da palavra humildade está diretamente ligada ao termo húmus, dejeto animal ou humano (esterco), ou à habilidade de se colocar/posicionar como tal.
É claro que hoje não precisamos mastigar esterco de modo a penitenciarmo-nos em função de nosso erros e maldizeres. Mas que o exemplo empregado por Francisco nos sirva para não irmos contra o testemunho de vida o qual nos propomos a dar enquanto seus seguidores.
Que Deus não permita que lancemos de palvras 'não-edificantes' para com nossos irmãos, não somente com nossos lábios, mas também em nossos pensamentos e no coração. Assim, poderemos viver a alegria daqueles que, seguindo os passos de Francisco de Assis, bendizem a Deus pela graça de partilhar a vida fraternalmente como irmãos!

Paz e bem!

Wendell Ferreira Blois
sbsecretário de formação

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