por Frei Gilmar Vasques Carreira, OFM.
3º Domingo da Quaresma
Evangelho (João 2,13-25)
Evangelho (João 2,13-25)
Todo ano por ocasião da Páscoa dos judeus, a cidade de Jerusalém enchia-se de peregrinos. Esta festa com origem no Antigo Testamento celebrava a libertação do povo de Deus da escravidão do Egito para a Terra Prometida, isto é, do Egito à Palestina. Pois Páscoa significa passagem, passagem da escravidão para a liberdade e passagem da morte para a vida.
O Templo ficava cheio, mas não havia ali mais uma festa, mas sim uma exploração do povo por parte daqueles que se passavam por religiosos e ministros do culto (vv 14). Deus não habita em um templo onde se explora a fé do povo, sobretudo do povo mais simples. Mas nesta ocasião entrou no Templo o verdadeiro “Templo” de Deus, o próprio Cristo, que com um chicote expulsou todos os cambistas e vendedores junto com as ovelhas e os bois e virou a mesa dos cambistas (vv 15-16). Jesus percebeu que a Páscoa não era mais a festa do povo que celebrava a libertação, mas a festa das lideranças exploradoras que se aproveitavam do momento para oprimir mais ainda o povo.
Na Páscoa de Cristo, percebemos que ele mesmo se fez sacrifício pelo seu povo (vv 19-20), Ele é o templo que destruído, levantou-se no terceiro dia. Com isto, Jesus não só aboliu os sacrifícios no templo de Jerusalém. Ele decretou que o fim do templo já havia chegado. É através do seu corpo, morto e ressuscitado, que o povo se reencontra com Deus para celebrar a Páscoa da verdadeira libertação.
Para terminar nossa breve reflexão, olhamos esta expressão de Jesus: “o zelo por tua casa me consumirá" (vv 17). O povo vai ao Templo, à igreja para se encontrar com Deus em um espaço sagrado, por isso a igreja é o local de paz, justiça e escola da salvação. A igreja é um local de respeito. Precisamos sempre ficar atentos para não fazer de um espaço sagrado um espaço profano. Ainda mais, a igreja nunca deve ser um espaço de exploração do povo. Dói o coração quando vemos em tantos segmentos “religiosos” a promessa da prosperidade, iludindo o povo para explorá-lo. Deus não pode habitar em local assim, e se Ele aparecer, vai vir com um chicote para expulsar todos os exploradores.
Paz e benção no Senhor!!!