quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

JUFRA ENTREVISTA

A primeira coluna "JUFRA ENTREVISTA" de 2012 é especial! 
O blog frei Leão tem a alegria de publicar pela primeira vez uma entrevista internacional, mais especificamente, com o irmão Carlos Manuel, jufrista da Nicarágua (América Central). 
A entrevista foi concebida e respondida toda em espanhol. Porém, devido a uma questão de formatação* e facilitação da leitura, publicaremos toda a entrevista em português. Segue abaixo o perfil do nosso entrevistado:

Paz e bem! Meu nome é Carlos Manuel Tellez, tenho 23 anos, sou formado/licenciado em Psicologia Clinica. Moro na cidade de Leon, Nicarágua, e faço parte da Jufra desde 24 de janeiro de 2004. Fiz meu compromisso de Jufrista, recebendo o Tau, em 10 de dezembro de 2006 e professei a Regra da Ordem Franciscana Secular em 3 de outubro de 2008.
 

Blog Frei Leão - Qual é a realidade da JUFRA da Nicarágua e como ela se organiza?
Carlos Manuel - Bem, a JUFRA da Nicarágua nasceu no ano de 1971, sendo que a primeira JUFRA, a Fraternidade São Francisco de Assis da cidade de Leon, a qual pertenço, tem como data de nascimento/fundação 14 de fevereiro de 1971. Atualmente somos 28 fraternidades extendidas/espalhadas pelo país. Estas são guiadas por seu conselho local, fortalecidas por um irmão conselheiro regional da JUFRA, e pelo conselho nacional.

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Recentemente, a JUFRA do Brasil completou 40 anos desde sua fundação e publicou um documento (Carta de Guaratinguetá), tendo como fio condutor a frase " A JUFRA que queremos ser" . O que a JUFRA da NIcarágua quer ser?
Carlos Manuel - Ambas as fraternidades, tanto do Brasil com a da Nicaragua, são co-participantes de uma mesmo Espírito. Por nisso, certamente partilhamos do que está expresso na 'Carta de Guaratinguetá', já que em nossa busca por uma identidade legimamente franciscana, nos formamos em diversos níveis, seja individualmente ou em fraternidade, criando grandes impactos sociais em nossa sociedade e, sendo como Francisco de Assis, revolucionários do amor em uma realidade egoista e consumista do nosso tempo. 

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Qual é o vinculo entre as fraternidades de Jufra na Nicarágua? Existe um intercâmbio de experiências entre elas?
Carlos Manuel - A cada três meses são realizadas Assembléias nas quais participam os conselhos das fraternidades locais, onde os mesmo partilham suas experiências e planejam em conjunto atividades em comum, além do Plano de Formação Nacional. Uma vez por ano se realiza a "reunião de presidentes"
(secretários fraternos) , que tem uma carater preparatório para o Encontro Nacional, também realizado anualmente nos mês de julho, onde participam todos os jufristas, inclusive os iniciantes, de todo o país. Contamos com a participação, também, de nossos irmãos da OFS (Ordem Franciscana Secular), religiosos da Primeira Ordem (OFM) e irmãs Clarissas.

 
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Qual é a relação entre a OFS e a Jufra da Nicaragua? Há muitos jovens que professam a regra da OFS enquanto jufristas?
Carlos Manuel - A relação OFS-Jufra é um tanto quanto dificil. Em grande parte pelo pensamento retraído de muitos irmãos da OFS e pela atitude discriminatória de irmãos da Jufra. Lutamos por muitos anos para superar as barreiras impostas pelas diferentes gerações, e para quebrar os tabus que cercam a inserção de um jovem à OFS. Infelizmente só existe um único jufrista em todo o meu país que professou a regra e a vida da OFS, e que ostenta a dupla pertença. E esse sou eu!
Ainda que muita ex-jufristas tenham professado, essa dupla pertença não foi retomada pelo jovens, que temem assumir compromissos evagélicos de vida como exige a regra da OFS. 

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Como se dá a assistência espiritual por parte dos frades menores ou frades da TOR (Terceira Ordem Regular)? 
Carlos Manuel - A maioria das fraternidades de Jufra na Nicarágua pertencem a paroquias do clero diocesano e, ironicamente, recebem mais o apoio destes do que as fraternidades que recebem a assistência dos religiosos franciscanos. 
Passamos por um forte 'divórcio' entre os frades e a Jufra. Atualmente lutamos para erradicar esse problema em conjunto com os assistentes espirtuais e os secretarios fraternos regionais em todo o país.

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Você poderia nos contar um pouco da história da fraternidade nacional?
Carlos Manuel - Como disse anteriormente, a Jufra da Nicarágua nasceu em 1971. Em 1973 a segunda fraternidade, Jufra "São José", foi fundada oficialmente, na cidade de Diriamba. Logo surgram novas fraternidades em Chinandega e Matagalpa. Ainda que nos curso do tempo muitas fraternidades tenham 'desaparecido', novas fraternidades foram surgindo e se desenvolvendo, como um dos objetivos do atual Conselho Nacional.

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Quais são as motivações para ser um jovem franciscano na Nicarágua atualmente?
Carlos Manuel - Ainda que pareça irônico, a Jufra da Nicarágua se confunde muitas vezes com as demais comunidades juvenis. Os jovens que iniciam na Jufra, passam por um processo forte de formação, dos quais cerca de 80% descobrem que essa não é sua vocação. Mas aqueles que ficam, se veêm motivados por fazer de suas vidas um testemunho vivo do Evangelho e, alimentados pelo espírito de fraternidade que nos caracteriza e nos torna especiais na Igreja, são impulsionados a desenvolver suas potencialidades nos mais diversos setores em que estão inseridos.


Blog Frei Leão - Qual a conexão entre a Jufra das Américas? Como o auge da internet e das redes sociais contribuem para essa integração?
Carlos Manuel - Desde que a Coordenação Internacional da Jufra foi criada, as fraternidades nacionais entraram em um processo de 'irmanamento' muito forte, onde os conselheiros internacionais assumiram o papel de pontes entre as mesmas. Ferramentas como o Facebook, permitiram um intercâmbio de informações e fotografias que nos permitem retroalimentarmos mutuamente. Agora podemos dizer que amamos a Jufra da América, seja a do Sul, do Centro ou do Norte, e até mesmo a Jufra Mundial, pois só amamos aquilo que conhecemos, e a Internet nos possibilitou tudo isso.

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Por fim, que mensagem foi deixa para os jufristas brasileiros?
Carlos Manuel - Que vocês façam aquilo que ninguém quer fazer e vão aonde ninguém quer ir. Essa deve ser a essência do jovem franciscano. Paz e bem!


*O erro de formatação citado do cabeçalho desta entrevista e visto durante a mesma, se refere ao fato de que algumas frases aparecem assinaladas por marca-texto por inteiro. Até o fim desta edição o redator do blog não conseguiu sanar essa falha.

Um comentário:

  1. Muito boa entrevista!!

    A frase final diz tudo não só para os jovens brasileiros, mas para os jovens do mundo inteiro:

    "Que vocês façam aquilo que ninguém quer fazer e vão aonde ninguém quer ir!"

    Adorei...paz e bem!!

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