sábado, 17 de março de 2012

MENSAGEM DO EVANGELHO DOMINICAL

por Frei Gilmar Vasques Carreira, ofm.

4º Domingo da Quaresma
Evangelho (
João 3,14-21) 

Na mensagem do evangelho deste domingo, encontramos o fala de Jesus dirigida a Nicodemos evocando um fato dramático ocorrido ao povo de Israel durante a travessia do deserto (vv 14-15). A viagem era muito difícil, faltavam alimentos e água, fazia um calor insuportável e mais, a um certo ponto, eis que surge uma nova dificuldade: as serpentes venenosas que picavam e matavam muitas pessoas. Não sabendo mais o que fazer, Moisés dirigiu-se a Deus que lhe ordenou construir uma serpente de bronze e erguê-la em uma haste.
Os que eram picados não deveriam fazer outra coisa senão olhar para aquela serpente erguida e salvarem a sua vida (Nm 21, 4-9). É muito interessante notar que os rabinos ensinavam que as pessoas não eram curadas porque olhava para a serpente, mas porque olhando para o alto, erguiam seus olhos e coração para Deus. Era o Senhor que os salvava (Sb 16,7).
Assim nós entenderemos a mensagem de hoje: Jesus se refere a esse episódio e o interpreta como um símbolo daquilo que está para acontecer. Ele também será levantado na cruz, e todos aqueles que o contemplarem encontrarão a salvação para sua vida.
Olhar para Jesus levantado na Cruz quer dizer acreditar Nele (v 15), isto é, aceitar com fé a mensagem que Ele, do alto da cruz, dirige para todos os homens. É acreditar na luz que resplandece do sacrifício da cruz. Somos filhos da luz e não das trevas, por isso, Ele quer que todos os homens se salvem, por isso notamos que o julgamento não é pronunciado por Deus, mas pela escolha que cada um faz diante da luz de Cristo.

Paz e benção no Senhor!


Frei Gilmar Vasques Carreira, Ofm, é frade franciscano ligado à Custódia do Sagrado Coração de Jesus e trabalha na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na cidade de Garça-SP.

sexta-feira, 16 de março de 2012

'TÁ NA MÍDIA!'

Todos os dias ao abrir os mais diversos jornais, arrisco-me a dizer, de qualquer região deste país, ou até antes de abrir, pois as manchetes se resumem a uma série de acidentes em grande maioria causados por indivíduos que dirigiam embriagados e que fizeram vitimas, se não fatais, graves.

Já a algum tempo pensávamos em publicar algo desse gênero, e aproveitando a iniciativa do programa de TV abaixo citado, entendemos que este blog, de cultura e formação franciscanas e engajado na realidade e nas circunstâncias da sociedade em que vive, deveria reproduzir essa reproduzi-la no mesmo.

Segue o texto e a proposta:

"Esse é um post sério, de prestação de serviço público, no qual o CQC (programa exibido pela TV Band) manifesta seu apoio à campanha Não Foi Acidente. Ela é uma iniciativa de Rafael Baltresca, que está vivo. A mãe e a irmã dele, no entanto, não estão mais. Isso porque elas foram atropeladas em cima da calçada por um motorista embriagado. Você não lembra da história? Aconteceu em setembro de 2011 em São Paulo, em mais um caso de imprudência no trânsito.
De uma coisa Rafael tem certeza: 'não foi acidente'. Esse, inclusive, é o nome do site que ele sustenta com um objetivo maior, o de modificar a legislação brasileira para que penas mais duras sejam aplicadas a quem decide beber e dirigir. 
Sim, dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas é uma decisão que pode levar à morte de outras pessoas, inclusive a sua. Se você concorda que o motorista que toma essa decisão está conscientemente colocando vidas em perigo, assine a petição online. Faça parte dessa iniciativa que pede que mortes causadas por embriaguez ao volante sejam tratadas como o que são: homicídio com intenção de morte. 
Para que essa mudança seja encaminhada ao Presidente do Congresso Nacional, são necessárias 1 milhão e 300 mil assinaturas. Se você acha que não tem nenhum motivo para participar, Rafael te dá vários.
Assista à matéria do Proteste Já sobre violência no trânsito":


Não precisamos dizer mais nada!
O conjunto do texto , mais os link acima selecionados, bem como o vídeos exibido pelo programa de TV já dizem tudo em relação a essa questão.
Façamos portanto a nossa parte para que situações como essas não se repitam.

Paz e bem!

quinta-feira, 15 de março de 2012

UMA REFLEXÃO SOBRE A NOITE

Em terras tropicais, nada é tão esperado como o frescor da noite. Quando o sol escaldante, dá lugar ao brilho da lua, e a melodia silenciosa das estrelas. Ah! A noite!

Mas não é só no frescor, e na sutileza das luzes noturnas que está toda a graça que a noite proporciona. O que reflito aqui, é com base em alguma formação que participei em algum lugar por ai à alguns anos.

A noite nos proporciona uma grande dádiva, pois é nela que podemos com calma olhar pra dentro de nós mesmos. E parece que tudo nos conduz para isso: o clima é mais agradável, é um momento sem tantas preocupações, aliás, é momento em que vamos guardando nossas preocupações em uma gaveta, para podermos descansar, e no outro dia toma-las novamente na caminhada.

Chamo especial atenção agora para o que nos causa maior espanto durante a noite: A ESCURIDÃO!



A escuridão é algo que causa medo na maioria das pessoas, visto que não se sabe o que está acontecendo ou presente ali naquele lugar. Mas a grande oportunidade da escuridão é que nada pode te distrair, nada pode tirar seu foco, pois você não vê nada.
A única luz que brilha na escuridão completa, é a de Deus, que dentro de você te chama a aventura do auto-conhecimento.

Li na internet esses dias: "Quando a gente tem que estudar, até olhar para a parede é mais interessante!"
Com a luz, vemos muitas coisas, e tudo se torna distração, e não tomamos a coragem de nos aventurar no segredo de nós mesmos.

A escuridão não nos deixa ver o externo, mas nos permite ver o que tem dentro, pois é o único lugar que conseguimos enxergar e lá Deus habita.
Este passar pela noite, muitas vezes é mais que um aspecto físico da ausência de luz, mas também um momento espiritual pelo qual passa o homem, e para o qual todos são sujeitos. Mas que passando pela escuridão, possa fazer a experiência do 'parar' e deixar-se olhar para dentro, sem mover.
Quando submergimos na escuridão e deixamos que a luz de Deus fale dentro de nós, emergimos com luz própria, e ai nem mesmo o sol é capaz de nos distrair de nós mesmos e do que almejamos.
Na vocação franciscana, isso é extremamente necessário, descobrir dentro de si mesmo, a vocação ao evangelho. Francisco, foi um homem que experimentou em muito a escuridão, mas depois de descobrir o tesouro da própria vocação, que brotava dentro de seu coração pela graça de Deus, passou a ter luz própria, não sua propriamente dita, mas do Espírito Santo de Deus que ele descobriu dentro de si.
O ser humano sente necessidade da luz, pois as trevas aterrorizam. Mas o mundo continuará nas trevas, enquanto o ser humano recusar-se a olhar para dentro de si, e descobrir a vocação, luz e dom de Deus que possui e coloca-la a serviço.

Atreva-te a ser luz.

Paz e Bem!

Mateus Agostini Garcia
Secretário Fraterno Local

quarta-feira, 14 de março de 2012

"15"

"Nas coisas belas reconhecia Aquele que é o mais belo, e ouvia todas as coisas boas clamarem: 'Quem nos fez é ótimo'". (2Celano 165, 5)
 
Não é raro ouvir de alguma pessoa que fale de São Francisco, uma descrição bastante característica de um homem que se fez santo, enquanto amante da natureza. Muitos até imaginam Francisco como alguém que vivia de 'boca aberta', contemplando as maravilhas da criação de Deus.
Essa imagem que muitos fazem do assissiense não é de todo errado, excetuando pela exagerada ingenuidade, ou até mesmo, infantilidade que empregam erroneamente a esse modo de ser de Francisco.

Como já disse em outra oportunidade, Francisco é o Moisés medieval, que tem uma visão diferente de seus contemporâneos em relação à manifestação de Deus em sua vida e, em decorrência disso, apresenta toda uma reverência própria para essa manifestação.
No livro do Êxodo, encontramos o profeta ajoelhado diante da sarça ardente, cabeça baixa, pasmado diante daquela manifestação inquietante de Deus. Assim também Francisco fazia diante da natureza que o cercava.
Não era necessário que determinada vegetação ardesse em chamas sem se destruir para que ali Francisco contemplasse, visse ou ouvisse a epifania divina. A natureza por si só é a perfeita manifestação do amor de Deus em nosso meio, e não havia como Francisco se portar de maneira indiferente a isso, e por isso admirava ou pasmava tanto diante da face divina reverenciada na criação.

E assim como o narrador do Gênesis, Francisco também trazia dentro de si os dizeres de Deus: "E viu como tudo era bom". Via e ouvia também a própria criação aclamando com a alegria seu Criador, louvando-O e bendizendo-O pela oportunidade de servi-lo com o esplendor de sua beleza natural.

Peçamos a Deus que, nós que nos dizemos seguidores de Francisco de Assis, nos tornemos mais atentos à sua manifestação em meio a criação, e que como parte dela, louvemo-Lo como nos ensina nosso Seráfico Pai.

Assim seja. Amém!

Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação

terça-feira, 13 de março de 2012

ESPECIAL - FBJ

“É isso que eu quero, é isso que eu desejo com todas as fibras do coração”.
(LM Cap. 3)


Aos leitores deste blog, eu quero tentar passar algo do que pude experimentar neste ultimo final de semana. Não me lembro, mas acho que pela primeira vez escrevo um texto em primeira pessoa, mas o faço porque é algo pessoal e que quero partilhar com vocês.
O caminho de formação trilhado pela JUFRA do Brasil, inclui antes dos jovens serem admitidos ao período de Formação Básica, um encontro formativo e informativo, chamado Encontro Inicial de Formação Básica da JUFRA. Neste final de semana, dias 9,10 e 11 de março, pude preparar e participar, junto com mais dois irmãos do Regional de São Paulo, - Joice e Maria Nascimento, de um encontro de Formação Básica na cidade de Bebedouro.
O encontro foi preparado para a participação de 10 jovens de 3 fraternidades diferentes: 5 da fraternidade Nova Geração Francisclariana de Bebedouro; 2 da fraternidade Irmão Sol Irmã Lua de Ribeirão Preto e 3 desta fraternidade Frei Leão de Franca.

Desde o começo, pude perceber uma grande interação entre todos os irmãos que participavam, incluindo vários irmãos da fraternidade de Bebedouro.
Ao longo do encontro, fui descobrindo várias e várias histórias dos irmãos, várias maneiras de ver e viver o espírito de fraternidade. Foram momentos em que nós do Regional propusemos formações, mas eu particularmente posso afirmar com toda certeza que ganhei muito mais do que qualquer um deles.
Ao final do encontro todos, porém individualmente, foram interrogados se de fato queriam abraçar o compromisso de jufrista, e foi nesse momento que ouvi declarações tão belas e tão ricas. Nenhum irmão chegou com frases prontas, ou com algo que tenha formulado anteriormente para dizer. Foram palavras sinceras, que era perceptível aos olhos a sinceridade com que eram pronunciadas.
Uma vez um padre disse que ninguém vai ser outro Francisco, que cada um precisa dar o seu sim, a partir daquilo que ele é, com base na sua vocação, se espelhando em Cristo e Francisco, e que ninguém poderia se esconder atras do sim de Francisco.
O evangelho é algo que encanta, e a vivacidade e a jovialidade com que Francisco o viveu, continua a cativar os jovens a darem o seu sim a Deus e a Igreja.
Aqueles jovens disseram o seu sim naquele sábado a noite, se preparando para se apresentarem e fazerem o seu compromisso diante de Deus e da comunidade no domingo pela manhã, e cada um tinha consciência do que estava realizando, e se emocionaram quando enfim realizaram seu compromisso de jufristas.
Ana Laura, Beatriz, David, Eduardo, Felippe, Jeniffer, Kyvia, Leticia,  Lucas, Priscila


No sim destes jovens, eu vejo novos francisco dizendo: “É isso que eu quero, é isso que eu desejo com todas as fibras do coração”.
Confesso que em alguns momentos eu me segurei para não chorar, dada a sinceridade que eu sentia nas palavras deles. A cada irmão dizendo sim, eu tinha mais certeza junto com eles da minha vocação enquanto jufrista. Não sei bem descrever o que de fato eu sentia, mas tenho plena convicção que foi um encontro marcante na minha vida de jufrista.
Aos irmãos que fizeram o compromisso, -Letícia, Lucas, Jeniffer, Beatriz, Kyvia, Felippe, Priscila, David, Eduardo e Ana Laura, meus sinceros votos de felicidades. Que cada um de vocês possa descobrir a beleza e a graça do evangelho ao qual somos chamados a viver. Mas sobretudo quero agradecer pelo testemunho que me deram neste final de semana, e não tenho como pagar o que vocês me proporcionaram. Muito Obrigado.

Que Deus vos dê a graça da perseverança. E que possamos caminhar juntos nesse tão belo carisma.

Fraternalmente

Mateus Agostini Garcia
vosso irmão menor

segunda-feira, 12 de março de 2012

DESTAQUE DA SEMANA

O nosso destaque desta semana é essa estimulante tirinha do desenhista Alceu Resende, que nesse inicio de semana, deve nos motivar a procurar nosso verdadeiro tesouro.

Clique para aumentar

"Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração".
Mateus 6,21

domingo, 11 de março de 2012

Crônicas da terra de Francisco

por frei Bruno Scapolan, OFM.

Esta semana foi bem movimentada aqui no convento Santa Chiara, porque pela ocasião do VIII Centenário de Consagração de Santa Clara os Ministros Provinciais  e Ministros Gerais das 4 obediências franciscana (OFM Conventual, OFM Capuchinhos, OFM e TOR) estiveram reunidos para tratar de assuntos referentes a vida franciscana e a espiritualidade dentro de nossa família. O encontro não foi no convento, mas em um local que comporta todos os provinciais perto daqui. Mas na quinta-feira aconteceu a Missa por ocasião da consagração de Santa Clara e esta foi aqui, a correria foi nos preparativos desta importante e histórica solenidade.
A Missa foi as 18h00, mas às 16h30 as pessoas começaram a chegar, penso que se fizeram presentes 2500 pessoas, pois a Igreja estava repleta de gente. Tinha mais ou menos uns 70 provinciais de todos as 4 Ordens e a presença dos 4 Ministros. As Irmãs Clarissas que moram aqui ao lado, puderam sair da clausura e vieram participar na Igreja deste momento histórico. Estavam presentes também a madre presidente da conferência capuchinha e a madre presidente da conferência urbanista, além da madre presidente da conferência das colatinas que é da nossa obediência.
A missa foi presidida pelo Cardeal Crescencio Sepe, arcebispo de Napoles. Ele ressaltou a figura de São Francisco e Santa Clara de Assis e fez uma reflexão em torno da crise econômica que passamos, mas diz que o maior culpado pela crise no mundo é o próprio homem que se deixa mover pela ambição sem se preocupar com o seu próximo. O caminho feito por Francisco e Clara de Assis foi completamente o oposto, pois eles renunciaram as suas ambições pelo unico e Sumo Bem que é Deus, vivendo a concretamente a proposta fraterna do Reino de Deus na Terra.
Depois deste evento maravilhoso houve um jantar e para animar o jantar teve a apresentação de música napolitana.
Foi muito bom também, pois tive a oportunidade de encontrar dois frades brasileiros da Fundação Nossa Senhora das Graças no Piauí. Eles são estudantes de teologia aqui na Itália e pude falar português o dia todo e matar um pouco da saudade do Brasil.
Abraços e boa semana a todos.