quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Jufra entrevista


O blog da fraternidade Frei Leão publica nesta semana uma entrevista muito especial e repleta de detalhes, com o irmão Jackson, ex-secretário fraterno da Jufra do Brasil. Confira o perfil do entrevistado:

Me chamo Jackson dos Santos Barbosa, tenho 29 anos de idade, sou Economista e trabalho na Prefeitura de Fortaleza e no momento estou também cursando Geografia (Licenciatura), pela Universidade Federal do Ceará. Estou na JUFRA desde junho de 1998, quando ingressei na formação para iniciantes, fazendo meu compromisso de jufrista no mês de março de 1999. Já na OFS, estou desde o ano de 2003, tendo feito a profissão definitiva (perpétua) em abril de 2006.


Blog Frei Leão - Durante seis anos (2004-2010) você esteve a frente da Jufra do Brasil, como secretario fraterno nacional. Qual o balanço que você faz desse período? Quais os avanços alcançados? O que era meta do seu secretariado e, que de alguma forma, não foi possível alcançar?

Jackson - Foram seis anos de incansável trabalho, de aprendizado, de altos e baixos. Por ter feito parte do Secretariado Fraterno Nacional anterior (2001-2004), tinha uma noção do funcionamento do Secretariado e das realidades das Fraternidades Regionais, principalmente as fraternidades da Área Nordeste A, que estavam sob minha atribuição neste período, até 2004. Ao ser eleito Secretário Fraterno Nacional demos sequência aos trabalhos já desenvolvidos outrora e procuramos melhorar os pontos que precisavam de ajustes. Tivemos muitos avanços, principalmente no que tange a organização interna do Secretariado, o investimento na formação, pois acreditamos que ela é um dos pilares da caminhada franciscana. Publicamos vários livros (Iniciantes, FBJ, Micro Franciscanos e Mini Franciscanos), além de diversas apostilas. Investimos também na melhoria do nosso site, pois vivenciamos neste período uma transição do papel (real) para o virtual. A nossa presença (minha e de todo o Secretariado Nacional) nos Regionais foi fundamental, pois nos aproximamos mais dos (as) irmãos (as). Não usamos só o e-mail, MSN, Orkut (reconheço que essas ferramentas nos auxiliaram bastante), mas nos fizemos presentes em todos os Regionais da Jufra do Brasil por mais de uma vez. Como meta, a formação em todos os seus aspectos, estava em primeiro lugar, assim como a parte financeira, a comunicação, Infância, Micro e Mini Franciscanos e as mútuas relações com a OFS nos diversos níveis. Infelizmente, não foi possível alcançar ainda uma maturidade financeira, pois a Jufra depende muito ainda de doações. O Secretariado Fraterno Nacional investiu muito nesta parte, nesta formação e conscientização, que vem desde muito tempo. Porém, tudo começa na base, nas fraternidades locais através dos jufristas. Eles que fazem a Jufra, e são eles que devem fazer a Jufra funcionar, sustentando-a.


Blog Frei Leão - Depois desse período como secretario fraterno você ainda continua no secretariado nacional, agora coordenação internacional da Jufra. Entrevistando outros irmãos do secretariado, os mesmo afirmam ter alguma dificuldade em seus trabalhos devido à quantidade e diversidade das fraternidades que compõem a Jufra do Brasil. Como isso se verifica em seu trabalho? O que de fato consiste esse seu novo desafio?

Jackson - Bom, a Coordenação Internacional da Jufra é outra ferramenta de organização do movimento no mundo. Ela não é e não faz parte do Secretariado Fraterno Nacional. Assim como as fraternidades nacionais possuem seu Secretariado, a Jufra no mundo possui seu “Secretariado” chamado aqui de Coordenação Internacional. Durante os dias 23 a 30 de outubro de 2011, em São Paulo-SP, iremos definir quem ficará com quais funções dentro desta Coordenação, tendo como Coordenadora a irmã Ana Fruk (Croácia), Animadora Fraterna, Lucy Almiranez (Filipinas) e Assistente Espiritual o Frei Ivan Matic, OFM (Croácia). Bom, na coordenação, efetivamente ainda tivemos o trabalho de apresentação entre os membros, definição dos países (fraternidades nacionais) de nossa responsabilidade e comunicados internos. Portanto, este trabalho na coordenação internacional ainda não influenciou diretamente a nossa fraternidade nacional do Brasil.


Blog Frei Leão - Outra função para a qual você foi eleito, e trabalha atualmente, é a de Conselheiro Internacional da OFS para a Jufra da América do Sul. Aproveitando essa sua atribuição, qual é a relação concreta e/ou cotidiana entre as fraternidades nacionais além dos encontros periódicos?

Jackson - Aí sim, essa função já influencia diretamente nos trabalhos da Jufra aqui no Brasil e nos demais países da América do Sul. Mantemos um contato fraterno com todos os países, através de seus Delegados Internacionais e Secretários Fraternos (Presidentes) Nacionais. Acompanhamos os trabalhos desenvolvidos por estas fraternidades, direcionamos a caminhada, repassamos os informes vindo do CIOFS e procuramos orientá-los na devida execução dos mesmos. Temos também os encontros internacionais, como você bem citou. Além disso, procuramos ser mais um irmão que cuida, que se preocupa e ajuda na caminhada fraterna do outro.


Blog Frei Leão - Na sua caminhada você 'coleciona' participações em vários encontros como por exemplo: o 1º Encontro Internacional da Jufra do CONESUL em 2006(Mogi Mirim, Brasil) 2ª Assembleia Latino-Americana em 2008(Cochabamba, Bolívia), no 3º Encontro Sul-Americano em 2010(Santiago, Chile), Capítulos Eletivo e Avaliativo da OFS do Brasil, Encontros da Família Franciscana do Brasil, CONJUFRAS (Congressos nacionais da JUFRA) e CORJUFRAS (Congressos regionais da JUFRA). Qual a recordação mais marcante que você traz desses encontros?(qual o seu destaque?!).

Jackson - Acrescentaria ainda a Jornada Mundial da Juventude e Encontro Internacional da Jufra. Sem sombra de dúvidas, a recordação mais marcante é simplesmente o fato de saber que tenho irmãos (as) por todo o mundo e que estamos unidos por um mesmo ideal e por uma mesma fraternidade. Isto é muito impressionante, pois se você parar para pensar, verá que a Jufra está aqui, mas está também do outro lado do mundo. Isso é fascinante. Outra recordação que tenho é o reencontro. Graças a Deus tive a oportunidade de participar de inúmeros encontros, congressos, etc. e consegui fazer verdadeiras amizades e o fato de poder rever esses (as) amigos (as) e irmãos (as) é gratificante. Não irei enumerar aqui qual o evento mais marcante, pois cada um tem o seu devido significado na minha vida e caminhada.



Blog Frei Leão - Acreditamos que a sua fraternidade de Jufra local compartilhe de algumas reclamações que as demais fazem, quando tem entre seus irmãos algum que se dedique a trabalhos em outras esferas da organização da Jufra. Você já levou muitos 'puxões de orelha' da Jufra "Monte das Oliveiras” (diretas/indiretas - exemplo)? E como você harmoniza a sua dedicação entre Jufra, sua vida pessoal, e agora também como ministro da OFS local?

Jackson - Então, com certeza já levei esses “puxões de orelha”. Porém, os (as) irmãos (as) são muito compreensíveis nesse sentido, pois eles (as) sabem que estamos a serviço do Reino de Deus, através do trabalho nas diversas esferas da Jufra. Algumas vezes fui exortado pelos (as) Secretários (as) Locais da minha fraternidade e sempre expus minhas justificativas com antecedência. E claro, havendo um intervalo nos compromissos e nas viagens, sempre me fiz e me faço presente nas reuniões da fraternidade. Tinha uma sistemática de estar, ao menos, dois encontros por mês na fraternidade, de modo que houvesse o vínculo com a mesma. Sobre harmonizar as diversas atividades com a minha vida pessoal foi um desafio no inicio, mas com o passar do tempo, “tira-se de letra” tudo isso. A OFS, no momento, está me “tomando mais tempo”, pois exercer a função de Ministro Local é de tanta responsabilidade assim como estar a serviço na Jufra. E na medida do possível, procuro sempre cumprir as atividades a mim confiadas, por força do cargo ou pelas necessidades.


Blog Frei Leão - Fizemos essa pergunta à irmã Mayara, e gostaríamos de retomá-la com você também, já que aparentemente você faz dessa frase seu lema de vida franciscano. "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível". Pensando nessa frase, o que é mais necessário neste momento para a Jufra? O que não é tão fácil, mas possível? E o que parece impossível para a Jufra?

Jackson - Boa pergunta! Bom, com a experiência que tenho na Jufra e pelo que acompanho, vejo que a Jufra necessita no momento se reanimar. Na realidade, os jufristas, precisam perceber, compreender e assimilar qual a motivação que os leva a serem franciscanos. Como fala-se muito do “voltar às origens”, percebo que, no momento, os jovens têm que se redescobrir, voltar às origens, sobre o que o incentivou a estar na Jufra. Bom, o que não é tão fácil, mas possível é fazer com que os jovens perseverem na caminhada fraterna, na sua formação, de modo que não fiquem estagnados num período só e que não tenham medo de avançar para águas mais profundas, de dar um passo a frente. E entender também que na Jufra, assim como a vida, é um ciclo. Digo na Jufra, haja vista que a mesma é um “caminho de vocação”, ou seja, não é a vocação específica em si. Nesta fase, os jovens decidem ou deveriam decidir o que querem fazer de fato da sua vida.


Blog Frei Leão - Perguntas curtinhas (elencamos alguns sentimentos/sensações e o entrevistado destaca um momento de sua vida).

a) Alegria: Muitos, mas creio que pode ser minha formatura na faculdade, pois consegui conciliar tantas atividades, estando como Secretário Nacional da Jufra.
b) Tristeza: Algumas “desavenças” que ocorreram na caminhada fraterna, porém edificante para o nosso ser, pois temos que amadurecer em todas as situações.
c) Emoção: nas minhas duas eleições para Secretário Fraterno Nacional
d) Espanto: Multidão reunida com o Papa Bento XVI na JMJ, em 2005.
e) Solidão: Nas viagens. Sem sombra de dúvidas. Entendam-se viagens, nos deslocamentos que precisava fazer, por vezes, intermináveis.
f) Esperança: Nos Congressos e Assembleias da Jufra, quando novos irmãos se colocam a disposição do serviço e nos compromissos de jufristas e profissões, pois sabemos que são verdadeiros dons de Deus.
g) Desilusão:
Alguns, mas prefiro deixá-los em “off”.
h) Amor: Ao chegar em casa, depois de alguma viagem ou atividade e ser sempre acolhido com o abraço e um beijo da minha mãe, que compreendeu bem a nossa missão.


Blog Frei Leão - Em 2013, como todos sabem, o Rio de Janeiro será a sede da Jornada Mundial da Juventude. Com isso, a Jufra do Brasil tem alegria de sediar também, o Encontro Mundial da Juventude Franciscana, que antecede a Jornada. O que você espera desse encontro?

Jackson - Espero que seja um encontro de jovens franciscanos sedentos por Deus, que anseiam e buscam Deus incessantemente. E todos tem a responsabilidade de levar, de portar essa mensagem a todos, seja através da palavra ou dos exemplos de vida. E claro, será um alegria receber tanta gente em nosso país, pois poderemos mostrar verdadeiramente o que o Brasil tem de bom, celebrando a vida e a fraternidade com os nossos irmãos em nossa casa!


Blog Frei Leão - O tempo para organização deste é mais curto dos que os demais, tendo em vista o adiantamento em um ano por parte da Jornada. Como a Jufra do Brasil vem se articulando e organizando para preparar este encontro? Qual papel você deve desempenhar em meio às suas atuais atribuições?

Jackson - Bom, acredito que passadas as celebrações comemorativas aos 40 anos da Jufra do Brasil, a organização deste evento (Encontro Internacional) entrará efetivamente na pauta das discussões e reuniões. Agora mesmo, no Capítulo Geral da OFS, aqui no Brasil, iremos conversar a respeito, já para iniciar a preparação do Encontro. Meu papel será de motivar, auxiliar, orientar o Secretariado Nacional e quem quer que esteja envolvido na organização do evento. Como membro do CIOFS e da Coordenação Internacional da Jufra poderemos levar as informações do Conselho Internacional, o que se pensa a respeito do Encontro e vice-versa.


Blog Frei Leão - Por fim, qual sua mensagem à Juventude Franciscana do Brasil por ocasião das comemorações de seus 40 anos?

Jackson - A mensagem que deixo é que vale a pena ser jufrista! Vale a pena ser cristão-franciscano! Que nunca perca de vista o seu ponto de partida. Perseverança sempre na vida e na caminhada fraterna, pois a mesma é cheia de altos e baixos e precisamos estar com os “cintos de segurança” bem afivelados para enfrentar estas tribulações. Porém, as alegrias são maiores e que isto, assim como tantos outros aspectos, motive-os na vida franciscana. Parabéns jufristas! Parabéns aos que passaram, aos que estão e aos que estarão por vir! Saúde e perseverança sempre. Paz e bem!

Gostou? Quer conhecer um pouco mais da história da Jufra do Brasil e seus 'personagens'?



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