terça-feira, 1 de novembro de 2011

"8"

"Não fiquem com vergonha porque, depois do pecado, tudo que temos nos é dado como esmola, e o grande Esmoler dá com clemente piedade aos dignos e aos indignos." (2Celano 77,6)


Muitas são as possibilidades de interpretação e reflexão dessa afirmação de Francisco de Assis.
O Seráfico Pai dirige essa palavras aos cavaleiros do seu tempo que, com piedade dos mendicantes que não tinham conseguido sequer migalhas de pão para seu sustento naquele dia, saíram em busca de alimento para os servir. Para surpresa de todos, os cavaleiros voltam ao grupo sem terem conseguido comprar mantimentos, uma vez que o dinheiro que possuíam era pouco. Ele tentam recorrer às esmolas dos frades, de modo a juntar sua soma à deles e assim voltar ao mercado local. E como vimos na frase em destaque, Francisco os exorta a confiarem mais em Deus e sua Providência, do que no vil metal.

Penso que vivemos situações parecidas a esta até hoje!
Quantas vezes durante nossa caminhada no segmento de Cristo, pela estrada trilhada por Francisco, nós esquecemos da Providência Divina e nos deixamos levar tão somente pelas nossa características cavaleirescas? E que características são essas, com as quais nos revestimos?
O elmo da discórdia.
A armadura da vaidade.
A capa da mentira.
A espada da medo.
E o que nos serve de transporte? Muitas vezes a falta de fé!

Retornemos à admoestação de Francisco.
Ele aponta com maestria a situação dos homens do seu tempo, e nosso nosso também: a de pecadores em condição de 'esmolantes'!
Mas Deus, como grande Esmoler, mas sobretudo como Pai não faz distinção de nossas falhas e atende, a seu modo, nossos anseios e necessidades.
E o grande presente que o Esmoler nos deu é nada mais do que nossa vida!
Finita? Sim!
Mas é através dela que Deus se manifesta constantemente, para que possamos conhecê-Lo melhor e entender que o a melhor recompensa, a principal esmola, nos aguarda: a vida eterna.

Peçamos que, por intercessão de São Francisco de Assis, o grande Esmoler ajude-nos a nos desnudar de nossas características cavaleirescas e descobrir nossa condição enquanto 'esmolantes'. De modo que, vivendo com alegria e humildade a ' vida que passa, sejamos dignos daquela que não passa'.

Assim seja, amém!

Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação

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