Em 13 de março de 1888, ou seja, a 123 anos, através da assinatura da princesa regente, se abolia a escravatura no Brasil. Mas o que de fato foi abolido é a "instituição escravidão" como principal mão-de-obra em nosso período colonial e também no imperial, já em decadência, e não a série de problemáticas que envolvem a inserção do negro em nossa sociedade.
Mas não é a esse momento histórico que o "20 de novembro" se remete!
A data em questão, e celebrada por muitos no último domingo, lembra a 'resistência' dos negros que insatisfeitos com a vida a que eram submetidos, fugiam do chicote de seus senhores, vindo a se esconder e formar comunidades popularmente conhecidas como quilombos. A mais popular dessas comunidades é a de Palmares, liderada pelo lendário Zumbi. Mas também não quero me apegar a este último, que aparece como ícone e simbolo da luta pelos direitos do negro no Brasil contemporâneo, pois conforme apontam muitos historiadores especializados nesse tema, o próprio Zumbi escravizava seus 'irmãos' dentro de seus domínios!
Partamos da seguinte citação de São Francisco "Todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final."
Ser igual!
Não importa a cor, raça, credo, opções diversas ou idioma!
Somos todos iguais!
É uma pena que muitas vezes, os movimentos que se propõem a lutar por esses objetivos de igualdade, utilizem de artifícios que promovem um falsa sensação de igualdade. Igualdade proposta por determinado setor, privilegiando a si próprio em detração do outro. Isso não é igualdade!
Os brasileiros tem uma péssima mania: explicar os problemas de desenvolvimento atuais em função de seu passado de dominação colonial. Meus caros, isso é covardia! Já tivemos pelo menos 180 anos para mudar essa situação de dependência.
E parece que o movimento negro vai para esse mesma tendência explicativa.
Mas, afinal, pra quem vai o destaque da semana?
Para a contradição de um feriado criado em torno de um ícone duvidoso, afim de lançar luz em torno de um debate de fins desiguais e que prestigia uma pequena parcela da população... parcela essa que não abrange a grande massa que contribuiu, e ainda contribui maciçamente, com a construção do Brasil: os negros!
Wendell Ferreira Blois
subsecretario de formação
Nenhum comentário:
Postar um comentário