Caminho do calvário

Mesmo que eu queira e me esforce para isso, nunca saberia qual a totalidade da minha essência. Somos feitos de muitas coisas, e aqui ponho uma ressalva, de que somos muito mais que corpo e alma. Existe muito de nós que não conhecemos. A filosofia e a psicologia que o digam. Mas na eternidade terei a oportunidade de ver o que fiz de certo e errado, e o que tais ações isso implicaram na minha e na sua vida. Essa não é a melhor forma de se iniciar um texto. Eu sei. Mas veja, é uma boa justificativa pra dizer que não tenho certeza se é bom ou ruim escrevê-lo. Tudo que ler ficará no seu consciente e inconsciente. Posso mudar tudo, parcela ou nada na sua vida. Haverá quem diga, foi um engano essa publicação. Não é o estilo de textos desse blog. Em minhas orações peço perdão a Deus.

Pediram pra que eu escrevesse, não esse texto, mas outro que brotou lá no fundo do coração e num momento oportuno o fiz vibrar pelo ar. Sim, meu coração bate como um de carne. Contudo o outro texto deverá, pelo menos por enquanto, residir apenas na mente de quem já o ouviu. Esse texto, diferente do outro não nasce apenas da emoção, mas também da razão.

Serei breve. Quero que entenda apenas uma coisa: meu título. Sim, o título daquele outro texto. O que acha que seria o “Caminho do calvário”? Deixe vir na sua mente todas as imagens que você consegue associar a essa palavra. Vá pensando. O que elas significam literalmente? Reflita alguns instantes e depois continue lendo.

Francisco de Assis, que ouso chamar de “meu mentor”, foi todo evangelho. Pra quem conhece um pouco sua história, entende o quão grande ele foi, mesmo querendo ser pequeno. Ele viveu o evangelho de maneira inimaginável. Imitou Cristo até no seu último momento de vida. Ah sim, ele não quis usurpar, nem se igualar a essência d'Ele. Francisco foi um homem de ações. Ele escutava com o coração as palavras sagradas e as praticava. Não dava voltinhas, procurando desculpas, dificuldades para não executar a ordem de Deus e por isso foi chamado de o outro Cristo por tamanha fidelidade em viver o evangelho.

Existe um processo. Um caminho pra se fazer tudo o que ele fez. O primeiro é ser destemido, ou devo dizer confiante em Deus. Francisco teve coragem de assumir o evangelho como forma de vida. Ela exige grande mudança e nem sempre nos dirigimos a Deus sem nos tornar estátuas de sal. Abandonar tudo é “adof”. Claro que não é abandonar a casa paterna. Somos seculares, esqueceu? Você sabe o que deve ser abandonado, não é? Éeee, isso mesmo. Não tem nada haver com “oxes”, ok! Cada um sabe o que mais te afasta de Deus. Satanás encontrou outras formas pra te tirar d'Ele além do tradicional pecado. Portanto é exatamente isso que devemos abandonar e não dar brechas para o adversário te desviar. Bom, isso vai acontecer algumas vezes, não? Mas Jesus nos amou tanto que deu a reconciliação. Se você ainda não sabe o que deve abandonar eu dou alguns exemplos: sua mesa farta e mesquinha, seu exibicionismo, sua vaidade, seu luxo, sede de vingança... Quer dizer, tudo pode, mas nem tudo te convém. O que estou tentando te fazer entender é que não abraçamos a cruz de verdade. A cruz é muito mais que martírio ou sofrimento. Talvez sofra no início, porque ainda teima em olhar pra trás, mas quando parar de olhar, nem vai se importar para o que deixou de lado.

Você lembra da cruz de Cristo? Nela o Filho do homem foi glorificado.  Pois bem, fito para a cruz do calvário todos os dias. Desejo subi-la não para minha vangloria e desgraça da vida, mas para obtenção da salvação. Só que pra isso devo abraçar o caminho percorrido por Jesus Cristo aqui na Terra. Quando pensei nesse título refletia mais uma vez as coisas que me aconteciam e como elas são parecidas com as cenas do evangelho. Como viver segundo o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Como agir com Jesus? É só fazer uma pergunta simples. O que Ele faria em meu lugar? Claro que você precisa conhecer a vida do Deus feito homem pra querer imitá-lo. Pegue sua bíblia e leia um pouco. Vá à missa e preste atenção no que Deus te fala pela boca do padre.

É difícil para mim por coisas que já faço, ainda com imperfeição, na forma escrita. Com certeza rodeei muito nesse texto ou não disse nada ou tudo. Mas além da dificuldade de expressão, queria também que ouvisse minha voz ai do seu lado, como se fosse uma conversa. Esse caminho do calvário que me proponho fazer é andar com Cristo, aprender com Cristo, imitar Cristo, seguir as pegadas do Mestre. Deus Pai assim me ensinou seguir seu Filho.

Agora se leu tudo até aqui deve se perguntar o que foi aquele início de texto. Coisa mais sem sentido não é? Deus nos revela coisas conforme a compreensão de cada um. Evoluímos nesse aspecto durante nossa vida. Aí Ele ensina-nos algo novo e espera a gente assimilar pra dar uma nova lição a cada evoluçãozinha que temos. Não sei como isso te atingiu e talvez nem atinja. Se não atingiu nesse momento você está um tanto frustrado, talvez. É por isso que rezo pedindo perdão.

Servo Inútil, pseudônimo.

Ps.: se gostou do texto me oculto para não receber vãos elogios. Se não gostou, te faço um favor não colocando meu nome. Assim não terá como pecar, risos ;-)