Já algum tempo a Igreja promove um debate em torno da importância e da necessaidade da criação de uma consciência missionária, não apenas do clero, mas também de seu rebanho laical. E é nesse sentido que direcionamos a nossa reflexão de hoje.
Creio que ainda faz parte de um pensamento subconciente de nós católicos, que a Igreja como organização de pedra e como organização concreta do plano de Jesus no mundo material, é simplesmente gerida pelo clero e religiosos em geral. O mesmo se aplica à temática MISSÕES!
O texto de hoje nos indica justamente o contrário: o leigo deve se fazer Igreja, de forma a tomar, por vezes, frente em algumas situações, inclusive como missionário.
Boa leitura!
Wendell Ferreira Blois
subsecretario de formação
MISSÃO: Dever dos leigos em geral
Nenhum leigo pode permanecer de braços cruzados dentro da Igreja, todos são chamados a serem missionários, a cooperar na evangelização para o crescimento do Reino de Deus: “Cooperam os leigos na obra evangelizadora da Igreja, e ao mesmo tempo como testemunhas e instrumentos vivos participam da sua missão salvífica, principalmente quando chamados por Deus, são escalados para essa obra pelos bispos.
Nas terras já cristãs, os leigos colaborem na evangelização, fomentando em si e nos outros o conhecimento e o amor das missões, despertando as vocações na própria família, nas associações católicas e nas escolas, oferecendo subsídios de todo gênero, a fim de outros obterem o dom da fé, que eles mesmos de graça receberam.
E nas terras de missões, os leigos,ensinem nas escolas, administrem os bens temporais, colaborem na atividade paroquial e diocesana, fundem e promovam várias formas de apostolado leigo, para poderem os fiéis das novéis Igrejas quanto antes assumir a parte própria na vida da Igreja” (Concílio Vaticano II, Decreto “Ad Gentes”, Nº 41).
Na Exortação Apostólica de João Paulo II, “Chistifideles Laici”, nº 35 diz: “A ação dos fiéis leigos, que, aliás, nunca faltou neste campo, aparece hoje cada vez mais necessária e preciosa. Na verdade, a ordem do Senhor “Ide por todo o mundo” continua a encontrar muitos leigos generosos, prontos a deixar o seu ambiente de vida, o seu trabalho, a sua região ou pátria, para ir, ao menos por um certo tempo, para zonas de missão”. E na Encíclica de João Paulo II, “Redemptoris Missio”, nº 71 diz: “Aliás, a participação dos leigos na expansão da fé é clara, desde os primeiros tempos do cristianismo, tanto a nível de indivíduos e familiares, como da comunidade inteira”.
Continuando nossas reflexões...
amanhã com o tema "MISSÃO: Dever dos adolescentes e jovens"
Antes de ser frade ou religioso, Francisco de Assis foi jovem! O desafio da JUFRA é ser a jovem semente franciscana hoje! Paz e bem
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
CORAÇÃO MISSIONÁRIO
por Frei Osvaldo Maffei, OFM - exclusivo para o blog "Frei Leão"
O coração missionário não tem nome, não tem local, não tem carro, não tem rumo, apenas possuiu um único morador, Jesus Cristo. Ele é o único habitante deste coração. Ele é o único dono, e é por ele e nele que tudo se torna possível. O coração missionário é aquele que de tanto amor desejou entregar até o próprio coração para que, sendo de Cristo, pudesse fazer aquilo que o Senhor suscitar.
O coração missionário não se apega a pequenas coisas, mas percebe nelas a grandeza do amor de Deus. Este coração que tanto falo é um coração que não tem nome, muito menos pertence a um povo. Este coração só pode ser cristão. Eis que o Senhor nos deixou um legado, o do amor. Santo Agostinho afirma “ama e faze o que queres”. Aquele que ama, ama simplesmente. O amor tudo suporta, tudo vence. É este o conteúdo do coração missionário.
Haveria outra explicação para tal empenho e tamanha dedicação. Tenho encontrado missionários que já estão longe de sua pátria há 10, 20, 40 anos. Tudo porque neles existe um coração missionário.
Em terras Angolanas a vida do missionário é constantemente posto a prova, prova esta que se equipara aquela da transformação e valoração do ouro. O ouro para se tornar belo e radiante passa inúmeras vezes pelo fogo. O coração missionário também passa pelo fogo. Fogo do desconforto, da insegurança, da saudade da família, da falta de energia elétrica, do calor intenso, da burocracia nas documentações. Mas, a tudo isso o coração missionário vence, não porque ele pulsa dentro de um peito forte e sim por ser habitado pelo Espírito do Senhor e seu santo modo de operar.
O coração missionário, e, agora acrescento, franciscano, busca forças nas águas mais entranhadas da fonte límpida que brota da mesa eucarística. Sim, é a oração, a grande força e energia revitalizadora do coração missionário. Sem a oração facilmente se entraria em crise e as dificuldades superariam a fineza da alma atrelada a de Cristo.
Na experiência em que estou a viver de missão em Angola, onde os frades franciscanos há duas décadas estão, pude perceber o cuidado e a dedicação para com a oração. Assim é o coração missionário franciscano, ancora sua embarcação aos pés do altar e dalí não arreda o pé. Este espírito de oração e devoção, o qual o nosso seráfico Pai aspirava que seu frades vivessem, ainda hoje é forma viva no coração missionário.
Certa vez, conta a tradição franciscana, que o Seráfico Pai convidou um dos irmãos a pregar na cidade. Rumaram-se ambos para a estrada que levava ao vilarejo. Dois irmãos com hábito pobre caminhavam lado a lado, sem pressa, porém com passos firmes. Após uma jornada de algumas horas, certamente estavam cansados, pois haviam percorrido toda a cidade. Silenciosamente ambos voltaram para o seio da fraternidade. Assim que chegaram exaustos, o irmão que Frei Francisco havia convidado indagou o móvito de não tinham pregado. O santo homem olhou generosamente para o irmão e com palavras doces e firmes assegurou-o que haviam sim pregado aquela manhã toda, por meio de suas vidas.
Eis o espírito de oração e devoção que nos ensina nosso Seráfico Pai. Não são as palavras e sim os exemplos, não são as grandes oratórias e sim o testemunho. Eis o modo de ser missionário franciscano. O coração missionário franciscano mesmo com a boca fechada anuncia ao mundo a generosidade do coração divino.
Quero aqui relatar um fato que me deixou comovido. Estava a visitar meus confrades em uma das casas da missão quando fui convidado por um irmão a dar uma volta pela região. Ansiosamente aceitei e naquela Toyota velha, penso que seja a mais velha da missão, ainda do tempo da guerra, segurando daqui apoiando de lá, ia atentamente conhecendo a região. Porém, o que me causou admiração não foi o externo do carro 4x4, e sim aquele confrade que por onde passava ia chamando a uns, provocando a outros. Às mamas com feixe de lenha na cabeça e um miúdo amarrado nas costas ele carinhosamente gritava: “Boa tarde mama, como é?” e elas com um sorriso correspondendo ao carinho recebido diziam, “bom dia pai, vou bem, obrigado!”
O reino de Deus é isso, amor cordial, amor de pai, amor de mãe, amor de filhos. Assim é o coração missionário que com generosidade antes mesmo de enxergar os defeitos e espinhos dos outros, percebe a bela rosa que está por florir. O coração missionário não coloca a sua vontade por primeiro e sim aquele do coração de Deus.
Frei Simão Lagiski, que durante 10 anos foi missionário em Angola, mesmo de idade avançada não quis deixar a missão, com força e fé continuou, até o dia em que foi levado as pressas ao Brasil para um tratamento, de onde fez sua passagem para a casa do pai. Como a dele há muitas histórias que poderia ser contadas aqui de missionários que deram a vida por causa do Reino.
Por onde passar irá ver as maravilhas de um povo rico em cultura e diversidade. Por onde seus pés pisar irá conhecer as maravilhas que Deus te revela. Por onde o coração missionário for o Senhor estará com ele e lhe apontará as suas maravilhas.
O coração missionário franciscano por onde passa deixa marcas profundas, marcas estas que transformam as folhas secas, tristes e podres em adubos que enriquecem o solo para receber a semente da missão. Por onde tenho andado em Angola tenho percebido algo de muito especial, o respeito para com o missionário. O missionário vem para ser instrumento de paz. Vem trazendo na bagagem muita boa vontade e força para promover a transformação social. Do mesmo modo, o coração missionário, seja em terras angolanas ou em qualquer parte deste planeta faz a mesma coisa. Leva o amor consigo. Amor este que fortalece e alimenta a locomotiva do Reino de Deus.
Frei Osvaldo Maffei, OFM nasceu em Jaguapitã (PR), é frade menor da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia São Boaventura – FAE Centro Universitário (Curitiba-PR). Atualmente é graduando do curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF). Pesquisador da área de Pedagogia e Formação Franciscana. Seu site é www.freimaffeiofm.com.br

O coração missionário não se apega a pequenas coisas, mas percebe nelas a grandeza do amor de Deus. Este coração que tanto falo é um coração que não tem nome, muito menos pertence a um povo. Este coração só pode ser cristão. Eis que o Senhor nos deixou um legado, o do amor. Santo Agostinho afirma “ama e faze o que queres”. Aquele que ama, ama simplesmente. O amor tudo suporta, tudo vence. É este o conteúdo do coração missionário.
Haveria outra explicação para tal empenho e tamanha dedicação. Tenho encontrado missionários que já estão longe de sua pátria há 10, 20, 40 anos. Tudo porque neles existe um coração missionário.
Em terras Angolanas a vida do missionário é constantemente posto a prova, prova esta que se equipara aquela da transformação e valoração do ouro. O ouro para se tornar belo e radiante passa inúmeras vezes pelo fogo. O coração missionário também passa pelo fogo. Fogo do desconforto, da insegurança, da saudade da família, da falta de energia elétrica, do calor intenso, da burocracia nas documentações. Mas, a tudo isso o coração missionário vence, não porque ele pulsa dentro de um peito forte e sim por ser habitado pelo Espírito do Senhor e seu santo modo de operar.
O coração missionário, e, agora acrescento, franciscano, busca forças nas águas mais entranhadas da fonte límpida que brota da mesa eucarística. Sim, é a oração, a grande força e energia revitalizadora do coração missionário. Sem a oração facilmente se entraria em crise e as dificuldades superariam a fineza da alma atrelada a de Cristo.
Na experiência em que estou a viver de missão em Angola, onde os frades franciscanos há duas décadas estão, pude perceber o cuidado e a dedicação para com a oração. Assim é o coração missionário franciscano, ancora sua embarcação aos pés do altar e dalí não arreda o pé. Este espírito de oração e devoção, o qual o nosso seráfico Pai aspirava que seu frades vivessem, ainda hoje é forma viva no coração missionário.
Certa vez, conta a tradição franciscana, que o Seráfico Pai convidou um dos irmãos a pregar na cidade. Rumaram-se ambos para a estrada que levava ao vilarejo. Dois irmãos com hábito pobre caminhavam lado a lado, sem pressa, porém com passos firmes. Após uma jornada de algumas horas, certamente estavam cansados, pois haviam percorrido toda a cidade. Silenciosamente ambos voltaram para o seio da fraternidade. Assim que chegaram exaustos, o irmão que Frei Francisco havia convidado indagou o móvito de não tinham pregado. O santo homem olhou generosamente para o irmão e com palavras doces e firmes assegurou-o que haviam sim pregado aquela manhã toda, por meio de suas vidas.
Eis o espírito de oração e devoção que nos ensina nosso Seráfico Pai. Não são as palavras e sim os exemplos, não são as grandes oratórias e sim o testemunho. Eis o modo de ser missionário franciscano. O coração missionário franciscano mesmo com a boca fechada anuncia ao mundo a generosidade do coração divino.
Quero aqui relatar um fato que me deixou comovido. Estava a visitar meus confrades em uma das casas da missão quando fui convidado por um irmão a dar uma volta pela região. Ansiosamente aceitei e naquela Toyota velha, penso que seja a mais velha da missão, ainda do tempo da guerra, segurando daqui apoiando de lá, ia atentamente conhecendo a região. Porém, o que me causou admiração não foi o externo do carro 4x4, e sim aquele confrade que por onde passava ia chamando a uns, provocando a outros. Às mamas com feixe de lenha na cabeça e um miúdo amarrado nas costas ele carinhosamente gritava: “Boa tarde mama, como é?” e elas com um sorriso correspondendo ao carinho recebido diziam, “bom dia pai, vou bem, obrigado!”
O reino de Deus é isso, amor cordial, amor de pai, amor de mãe, amor de filhos. Assim é o coração missionário que com generosidade antes mesmo de enxergar os defeitos e espinhos dos outros, percebe a bela rosa que está por florir. O coração missionário não coloca a sua vontade por primeiro e sim aquele do coração de Deus.
Frei Simão Lagiski, que durante 10 anos foi missionário em Angola, mesmo de idade avançada não quis deixar a missão, com força e fé continuou, até o dia em que foi levado as pressas ao Brasil para um tratamento, de onde fez sua passagem para a casa do pai. Como a dele há muitas histórias que poderia ser contadas aqui de missionários que deram a vida por causa do Reino.
Por onde passar irá ver as maravilhas de um povo rico em cultura e diversidade. Por onde seus pés pisar irá conhecer as maravilhas que Deus te revela. Por onde o coração missionário for o Senhor estará com ele e lhe apontará as suas maravilhas.
O coração missionário franciscano por onde passa deixa marcas profundas, marcas estas que transformam as folhas secas, tristes e podres em adubos que enriquecem o solo para receber a semente da missão. Por onde tenho andado em Angola tenho percebido algo de muito especial, o respeito para com o missionário. O missionário vem para ser instrumento de paz. Vem trazendo na bagagem muita boa vontade e força para promover a transformação social. Do mesmo modo, o coração missionário, seja em terras angolanas ou em qualquer parte deste planeta faz a mesma coisa. Leva o amor consigo. Amor este que fortalece e alimenta a locomotiva do Reino de Deus.
Frei Osvaldo Maffei, OFM nasceu em Jaguapitã (PR), é frade menor da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia São Boaventura – FAE Centro Universitário (Curitiba-PR). Atualmente é graduando do curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF). Pesquisador da área de Pedagogia e Formação Franciscana. Seu site é www.freimaffeiofm.com.br
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
JUFRA EM MISSÃO (2)
Seguindo nossa reflexões em torno da temática "MISSÕES", trazemos hoje uma proposta reflexiva sobre 'A necessidade das missões'. Que esse texto nos inspire a, de alguma forma, encontrarmos em nossa realidade eclesial, paroquial e, principalmente, em nossa fraternidade, uma forma de suprir às necessidades que o nosso chamado nos impõe, enquanto missionários.
Pensemos nessas coisas!
Boa leitura!
Wendell Ferreira Blois
subsecretario de formação
A necessidade das missões
A necessidade das missões é urgente no mundo em que vivemos, porque cada dia que passa a humanidade se distancia de Deus, e o homem se fecha no seu egoísmo, e cada dia aumenta o número daqueles que não conhecem Jesus Cristo: “O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão” (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, do Papa João Paulo II).
Diante de tão grande necessidade, nenhum católico pode ficar de braços cruzados ou calado. A ignorância à nossa volta é muito grande, como é grande também o erro e incontáveis os que andam perdidos e desorientados por não conhecerem Nosso Senhor Jesus Cristo: “Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos” (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, do Papa João Paulo II).
O Concílio Vaticano II, Decreto “Ad gentes”, nº 7, assim expressa sobre a necessidade das missões: “O motivo dessa atividade missionária está na vontade de Deus, que “quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade. Porque um é Deus, e também o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou para redenção de todos (1Tm 2, 4-5)”. "E em nenhum outro há salvação" (At 4, 12). É necessário que pela pregação da Igreja todos O reconheçam e a Ele se convertam e pelo Batismo sejam incorporados n’Ele e na Igreja, seu Corpo. Cristo mesmo por sua vez “inculcando com palavras expressas a necessidades da fé e do batismo”(Mc 16, 16; Jo 3, 5), ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo como por uma porta. “Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disto não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumem Gentium”, nº 14). Deus pode por caminhos d’Ele conhecidos, levar à fé os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois sem a fé é impossível agradar-Lhe. Mesmo assim cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar. Por isso a atividade missionária hoje como sempre conserva íntegra sua força e necessidade".
Gostou?
Não perca o texto de amanhã:
"MISSÃO: Dever dos leigos em geral"
Pensemos nessas coisas!
Boa leitura!
Wendell Ferreira Blois
subsecretario de formação
A necessidade das missões
A necessidade das missões é urgente no mundo em que vivemos, porque cada dia que passa a humanidade se distancia de Deus, e o homem se fecha no seu egoísmo, e cada dia aumenta o número daqueles que não conhecem Jesus Cristo: “O número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja, está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe enviar o seu Filho, é evidente a urgência da missão” (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, do Papa João Paulo II).
Diante de tão grande necessidade, nenhum católico pode ficar de braços cruzados ou calado. A ignorância à nossa volta é muito grande, como é grande também o erro e incontáveis os que andam perdidos e desorientados por não conhecerem Nosso Senhor Jesus Cristo: “Nenhum crente, nenhuma instituição da Igreja pode esquivar-se deste dever supremo: anunciar Cristo a todos os povos” (Cf. Encíclica “Redemptoris Missio”, nº 3, do Papa João Paulo II).
O Concílio Vaticano II, Decreto “Ad gentes”, nº 7, assim expressa sobre a necessidade das missões: “O motivo dessa atividade missionária está na vontade de Deus, que “quer que todos os homens sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade. Porque um é Deus, e também o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus, que se entregou para redenção de todos (1Tm 2, 4-5)”. "E em nenhum outro há salvação" (At 4, 12). É necessário que pela pregação da Igreja todos O reconheçam e a Ele se convertam e pelo Batismo sejam incorporados n’Ele e na Igreja, seu Corpo. Cristo mesmo por sua vez “inculcando com palavras expressas a necessidades da fé e do batismo”(Mc 16, 16; Jo 3, 5), ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo batismo como por uma porta. “Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja Católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disto não quiserem nela entrar ou nela perseverar” (Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática “Lumem Gentium”, nº 14). Deus pode por caminhos d’Ele conhecidos, levar à fé os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois sem a fé é impossível agradar-Lhe. Mesmo assim cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar. Por isso a atividade missionária hoje como sempre conserva íntegra sua força e necessidade".
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"MISSÃO: Dever dos leigos em geral"
TESTEMUNHO MISSIONÁRIO
É com muita alegria que o blog frei Leão apresenta hoje em sua coluna "Testemunho missionário", o exemplo de um frade que, abraçando o hábito e os ideais de São Francisco, faz de sua profissão de vida religiosa franciscana um exemplo de como ser peregrino e forasteiro, a serviço da missão da Igreja e da Ordem.
Frei Ademir Francisco Matilde, mais conhecido como frei Néco, nasceu em 20 de setembro de 1950 em Sertãozinho, interior de São Paulo. Em 1994 foi admitido ao Aspirantado da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, em Franca, onde pôde experimentar um pouco mais a fundo a vivência em fraternidade.
No ano seguinte partiu para o Postulantado em Guaratinguetá-SP, juntamente com os postulantes da Provincia Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, bem como em 1996, durante seu Noviciado em Rodeio-SC, recebendo pela primeira vez o habito franciscano.
Nos anos que seguiram, frei Néco, circulou entre as fraternidades da Custódia, estudando e contribuindo com os trabalhos sociais nos quais se identificava, passando por Bebedouro, Petropólis-RJ, Garça, Ribeirão Preto e Franca, tendo professado solenemente nessa mesma cidade em 2001.
Entre dezembro de 2002 e janeiro de 2004, frei Néco estudou em Nápoles, Itália, de modo a aprender o idioma e teve oportunidade de fazer uma experiencia eremitica nos lugares nos quais são Francisco passou e viveu.
Retornando ao Brasil, esteve novamente inserido na fraternidade de Ribeirão Preto, onde se destaca o trabalho em torno na coleta de legumes, verduras e frutas em prol de um sopão distribuido a familias carentes da comunidade.
Em 2005 se dedicou ao trabalhos rurais no Convento Santa Maria dos Anjos em Franca.
Entre junho de 2006 e agosto de 2009 frei Néco esteve em missão na região da Terra
Santa. Seu trabalho consistia na acolhida dos peregrinos e preparação de missas para os grupos dos mais variados lugares do mundo. Viveu em Nazareth e En Karen (o deserto de João Batista), sendo guardião do Santuário de Tabhaga. Ainda nesse interim, foi designinado para voltar a Assis, Italia, e ajudar um confrade formador grupo de postulantes que em breve iriam trabalhar na Terra Santa.
Mais recentemente (2010-2011) retornou a Santa Maria dos Anjos, Franca, dando continuidade aos trabalhos rurais iniciados anteriormente.E em 2012, frei Néco parte Requena, Amazonia peruana, para novamente retomar seu trabalho missionario junto a confrades de outras partes do globo.
SOBRE MISSÃO...
Quer saber mais sobre esse novo desafio de frei Néco?
Frei Ademir Francisco Matilde, mais conhecido como frei Néco, nasceu em 20 de setembro de 1950 em Sertãozinho, interior de São Paulo. Em 1994 foi admitido ao Aspirantado da Custódia do Sagrado Coração de Jesus, em Franca, onde pôde experimentar um pouco mais a fundo a vivência em fraternidade.
No ano seguinte partiu para o Postulantado em Guaratinguetá-SP, juntamente com os postulantes da Provincia Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, bem como em 1996, durante seu Noviciado em Rodeio-SC, recebendo pela primeira vez o habito franciscano.
Nos anos que seguiram, frei Néco, circulou entre as fraternidades da Custódia, estudando e contribuindo com os trabalhos sociais nos quais se identificava, passando por Bebedouro, Petropólis-RJ, Garça, Ribeirão Preto e Franca, tendo professado solenemente nessa mesma cidade em 2001.
Entre dezembro de 2002 e janeiro de 2004, frei Néco estudou em Nápoles, Itália, de modo a aprender o idioma e teve oportunidade de fazer uma experiencia eremitica nos lugares nos quais são Francisco passou e viveu.
Retornando ao Brasil, esteve novamente inserido na fraternidade de Ribeirão Preto, onde se destaca o trabalho em torno na coleta de legumes, verduras e frutas em prol de um sopão distribuido a familias carentes da comunidade.
Em 2005 se dedicou ao trabalhos rurais no Convento Santa Maria dos Anjos em Franca.
Entre junho de 2006 e agosto de 2009 frei Néco esteve em missão na região da Terra
Santa. Seu trabalho consistia na acolhida dos peregrinos e preparação de missas para os grupos dos mais variados lugares do mundo. Viveu em Nazareth e En Karen (o deserto de João Batista), sendo guardião do Santuário de Tabhaga. Ainda nesse interim, foi designinado para voltar a Assis, Italia, e ajudar um confrade formador grupo de postulantes que em breve iriam trabalhar na Terra Santa.
Mais recentemente (2010-2011) retornou a Santa Maria dos Anjos, Franca, dando continuidade aos trabalhos rurais iniciados anteriormente.E em 2012, frei Néco parte Requena, Amazonia peruana, para novamente retomar seu trabalho missionario junto a confrades de outras partes do globo.
SOBRE MISSÃO...
"Quando se vai em uma missão, temos que ir livres de pensamentos, preocupações, etc . . . para poder preencher os pensamentos de Amor Cristão, Franciscano[...] " frei Néco
"Quando chegamos lá (no local onde se realiza a missão), convivemos com o povo do lugar: sejam eles indígenas, ribeirinhos etc. E Deus nos indica o que devemos fazer e, com certeza, este mesmo povo também nos ensinará a viver entre eles ." frei Néco
"Na Amazônia peruana, nossos desafios são: a luta a favor dos povos indígenas e dos ribeirinhos; convivência fraterna, ser irmão, ser muito paciente, ensinar e aprender [...] Tudo isto sempre acompanhado de muita oração particular, comunitária e dos irmãos e amigos." frei Néco
Que este testemunho tão vivo de um homem que, abraçando o hábito religioso, não fez de sua vida cristã/franciscana algo cômodo, mas sim, um constante movimento em favor de Deus e daqueles que mais precisam D'ele, seja onde for, como missionário, nos motive a descruzarmos nossos braços e sairmos de nosso comodismo habitual.
Pensemos nisso por hora!
Quer saber mais sobre esse novo desafio de frei Néco?
Clique aqui!
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
JUFRA EM MISSÃO
Para a Igreja, o mês de outubro é conhecido tradicionalmente como o mês missionário.
Nós da Jufra frei Leão decidimos adiantar em alguns meses e, de fato, 'arregaçar nossas mangas' em torno dessa proposta abordada em vários documentos da Santa Sé, tirando-a do papel e tão somente do plano das idéias, e colocando- a em prática.
Tendo isso em vista, simultaneamente ao gestos concretos que desenvolveremos nos proximos finais de semana, junto a certa comunidade paroquial, o blog frei Leão disponibilizará alguns trechos de documentos e reflexões em torno da temática "MISSÃO"! Assim, esperamos que esse trabalho frutifique em dons, não tão somente entre os irmãos e a comunidade local, mas queremos partilhá-los com nossos amigos e irmãos leitores.
Além disso, vamos publicar também o testemunho de vida dado por alguns irmãos e irmãs que, se colocando a serviço da Igreja, são bons exemplos de vivência missionária.
Mas afinal "o que são missões?" Esse é o tema da nossa reflexão de hoje!
Boa leitura!
Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação
O que são as Missões?
Vamos em primeiro lugar, conhecer a definição de missões, para aprofundarmos conscientemente neste “maior e o mais santo dever da Igreja” (Cf. Concílio Vaticano II, Decreto “Ad Gentes”, nº 29).
O Concílio Vaticano II, Decreto “Ad Gentes”, nº 6, define as missões da seguinte forma: “Chamam-se comumente “missões” as iniciativas especiais dos arautos do Evangelho que, enviados pela Igreja, vão pelo mundo todo, realizando o múnus de pregar o Evangelho e de fundar a própria Igreja entre os povos ou sociedades que ainda não crêem em Cristo. São realizadas pela atividade missionária e em geral exercidas em certos territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio dessa atividade missionária é a evangelização e a fundação da Igreja nos povos ou sociedades onde ainda não está radicada. Deste modo da semente que é a palavra de Deus, por todo o mundo surgem as Igrejas particulares autóctones, devidamente organizadas, enriquecidas também de forças próprias e de maturidade. E dotadas de suficiente hierarquia própria unida ao povo fiel, e de meios aptos para uma vivência plenamente cristã, as novas Igrejas colaborem para o bem de toda a Igreja. O principal meio dessa fundação é a pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Com o fim de anunciá-lo, o Senhor enviou seus discípulos a todo o mundo, para que os homens renascidos pela palavra de Deus fossem agregados à Igreja mediante o batismo. Corpo do Verbo Encarnado, ela se nutre e vive da palavra de Deus e do pão eucarístico”.
Essa definição insiste na pregação da palavra de Deus, como principal meio para fundar a própria Igreja ente os povos ou sociedades, que ainda não crêem em Cristo, obedecendo assim a ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, proclamar o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
Qual a necessidade real das missões hoje em dia?
Esse é o tema de amanhã. Não perca!
Nós da Jufra frei Leão decidimos adiantar em alguns meses e, de fato, 'arregaçar nossas mangas' em torno dessa proposta abordada em vários documentos da Santa Sé, tirando-a do papel e tão somente do plano das idéias, e colocando- a em prática.
Tendo isso em vista, simultaneamente ao gestos concretos que desenvolveremos nos proximos finais de semana, junto a certa comunidade paroquial, o blog frei Leão disponibilizará alguns trechos de documentos e reflexões em torno da temática "MISSÃO"! Assim, esperamos que esse trabalho frutifique em dons, não tão somente entre os irmãos e a comunidade local, mas queremos partilhá-los com nossos amigos e irmãos leitores.
Além disso, vamos publicar também o testemunho de vida dado por alguns irmãos e irmãs que, se colocando a serviço da Igreja, são bons exemplos de vivência missionária.
Mas afinal "o que são missões?" Esse é o tema da nossa reflexão de hoje!
Boa leitura!
Wendell Ferreira Blois
subsecretário de formação
O que são as Missões?
Vamos em primeiro lugar, conhecer a definição de missões, para aprofundarmos conscientemente neste “maior e o mais santo dever da Igreja” (Cf. Concílio Vaticano II, Decreto “Ad Gentes”, nº 29).
O Concílio Vaticano II, Decreto “Ad Gentes”, nº 6, define as missões da seguinte forma: “Chamam-se comumente “missões” as iniciativas especiais dos arautos do Evangelho que, enviados pela Igreja, vão pelo mundo todo, realizando o múnus de pregar o Evangelho e de fundar a própria Igreja entre os povos ou sociedades que ainda não crêem em Cristo. São realizadas pela atividade missionária e em geral exercidas em certos territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio dessa atividade missionária é a evangelização e a fundação da Igreja nos povos ou sociedades onde ainda não está radicada. Deste modo da semente que é a palavra de Deus, por todo o mundo surgem as Igrejas particulares autóctones, devidamente organizadas, enriquecidas também de forças próprias e de maturidade. E dotadas de suficiente hierarquia própria unida ao povo fiel, e de meios aptos para uma vivência plenamente cristã, as novas Igrejas colaborem para o bem de toda a Igreja. O principal meio dessa fundação é a pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Com o fim de anunciá-lo, o Senhor enviou seus discípulos a todo o mundo, para que os homens renascidos pela palavra de Deus fossem agregados à Igreja mediante o batismo. Corpo do Verbo Encarnado, ela se nutre e vive da palavra de Deus e do pão eucarístico”.
Essa definição insiste na pregação da palavra de Deus, como principal meio para fundar a própria Igreja ente os povos ou sociedades, que ainda não crêem em Cristo, obedecendo assim a ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, proclamar o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
Qual a necessidade real das missões hoje em dia?
Esse é o tema de amanhã. Não perca!
A ESSÊNCIA DA MISSÃO
Por Frei Alexandre Patucci,OFMConv. - exclusivo para o blog Frei Leão
Francisco percebeu que a criação de Deus é um ato de ‘missão’ de Deus mesmo porque, ao criar, Deus doa seu ser a todas as coisas para que elas possam existir. Percebeu que toda a realidade está imersa no divino. Por isso não coube mais em si, e saiu para testemunhar esse amor, pois percebia que “o amor não era amado!” Francisco experimentou o amor de Deus, o Deus feito homem até na cruz! Passou a olhar tudo com os olhos desse amor capaz de ser grandioso até nas situações mais difíceis. A Missão, para Francisco, partia dessa experiência de olhar o mundo com esses olhos do amor de Deus, pois Deus está em tudo, e olhar a vida com esse olhar amoroso! Por isso, certa vez, ao chamar frei Leão para pregar, Francisco nada disse, e os dois simplesmente andaram pela cidade sem nada dizer...
Ao escrever a regra de vida, Francisco de Assis foi o primeiro a colocar um capitulo especifico sobre a Missão. A ‘Regra não Bulada’ diz: “Mas os frades que vão, podem comportar-se espiritualmente entre eles de dois modos. Um modo é que não façam nem litígios nem contendas, mas estejam submetidos a toda criatura humana por Deus (1Pd 2,13) e confessem que são cristãos” (RnB 16,5-6). Francisco pede para que simplesmente vivam como cristãos, “submetidos a toda criatura por Deus”, ou seja, estando entre todas as criaturas como quem esta com Deus, pois Deus esta em tudo, pois tudo é criatura sua, e assim tudo é irmão e irmã. O testemunho, a própria vida, é, portanto a chave da missão que consiste em experimentar esse amor de Deus comunicá-lo pela vida e então sim comunicá-lo também pelo anuncio daquele que é este Amor, e se encarnou para mostrá-lo com sua vida: Jesus.
Ir pelo mundo e pregar o Evangelho significa estar no mundo vivendo a partir desta boa noticia que é o Evangelho, a saber, a grandeza do Amor Divino que é capaz de dar um sentido pleno à existência humana! Ir e ensinar, não é somente ir para ensinar uma teoria, uma idéia ou uma doutrina, mas é ir anunciar o Amor, e só pode anunciá-lo que o experimentou de fato, e vive por Esse Amor!. Francisco de Assis assim viveu. E ao experimentar toda realidade como irmão e irmã, por sua vida realizou uma perfeita missão!Ir pelo mundo como franciscanos, atendendo ao chamado do Mestre, é testemunhar o amor divino com a alegria jovial tal qual aquele jovem de Assis. É mais do que anunciar palavras e doutrinas. É levar a experiência de uma vida que foi tocada pelo Amor grandioso de Deus que nos faz capaz de experimentar toda realidade a nossa volta como uma grande fraternidade.
Como é próprio do amor não fechar-se em si, pois o amor por natureza é entrega, doação, partilha, fraternidade; quem faz a experiência desse Amor divino, não se cabe em si de alegria diante de tal grandiosidade! É então chamado à ir pelo mundo ser sinal deste amor! Mais do que um convite que Jesus nos faz por sua Palavra, é o convite de sua Palavra que deve ecoar em nossos corações a partir da experiência deste Amor que veio ao nosso encontro!
Num mundo marcado por contradições, injustiças, falta de sentido, depressão, drogas, etc. Missão é ir comunicar e testemunhar um amor que é capaz de nos libertar para uma vida mergulhada no Amor de Deus capaz de nos impulsionar na construção de um mundo melhor, para uma vida plena de sentido, mesmo diante das dificuldades e contradições deste mundo, pois Jesus mesmo vivenciou nossa vida até a morte, e depois de sua vitória enviou seu Apóstolos: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Ide e ensinai todas as nações" (Mc 16,15 / Mt 28,19)
Frei Alexandre Patucci, foi admitido à Ordem em Janeiro de 2004 em Cascavel-PR, onde fiz o aspirantado;
Em 2005 ingressou no postulantado em Curitiba onde fiz Filosofia até 2007;
Em 2008 fez o Noviciado em Caçapava-SP;
Desde 2009 vive em Santo André onde realiza os estudos de Teologia;
É o atual assistente espiritual do regional da JUFRA de São Paulo.
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